Antes e Depois: menos pizza e mais corrida

Atualizado em 08 de agosto de 2016
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Comer uma pizza com os amigos, na noite de sexta-feira, é muito comum. Na média, de dois a quatro pedaços são devorados. Se for um rodízio, o número pode aumentar – mas não muito. Imagine, então, uma pessoa sozinha abocanhar 37 pedaços de pizza. São quatro redondas mais cinco fatias para apenas um corpo.

Raphael Durval Pereira da Silva, 24, fez isso e mais. Não satisfeito, ao chegar em sua casa, em Marechal Hermes, no Rio de Janeiro, abriu a geladeira e comeu tudo o que viu pela frente. Sua calça jeans tamanho 58 estava apertada. Seus 150,8 kg distribuídos no corpo de 1,85 m pesavam, incomodavam muito o assistente administrativo.

“Tudo era um problema. Roupas, respirar e até caminhar. Qualquer atividade me cansava demais”, conta Silva. “Querendo ou não, pessoas obesas também sempre são alvos de piadinhas”, lembra. Ele sempre foi ‘gordinho’. “Quanto mais eu crescia, pior eu ficava.”

Quando foi colocar a calça 58 que já não servia direito, o assistente administrativo não fazia ideia de quantos quilos estava pesando, já que ao subir em sua balança de banheiro, o ponteiro indicava 130 kg, o máximo que ela mostrava. Foi quando procurou uma academia e, no exame médico, descobriu os 150 kg.

Sua alimentação ajudava (e muito) no aumento de peso. “Comia de tudo e toda hora. Nada me satisfazia. No café da manhã eram vários pães, no almoço e no jantar, pratos gigantes”, relata. O dia 9 de janeiro deste ano foi marcante em sua vida. Foi nesta data que ele comeu quase cinco pizzas. “Quando passei em frente a um espelho e me vi, estava parecendo um monstro.”

Com o apoio de sua mulher, Priscila, resolveu que era hora de mudar. “No começo, ela não levou muita fé, já que eu comia como um ogro”, brinca Silva. “Quando me matriculei na academia, conheci os professores Daniel e Marcelo, que abraçaram minha causa perdida e deram todo o suporte que precisava.” Eles passaram uma nova dieta para Silva, que não passa de 1500 calorias e é repleta de alimentos saudáveis. Uma verdadeira reeducação alimentar.

Mês a mês, o assistente administrativo começou a perder peso, graças à nova dieta e aos exercícios físicos diários. Foi quando o vírus da corrida o contaminou. “Além dos exercícios da academia, passei a dar os primeiros passos na esteira, começando com a caminhada e, depois, com trotes leves.” No começo, os dois minutos de trotes pareciam infinitos. “Eu pedia a Deus para que aquele tempo passa-se o mais rápido possível.”

Com o condicionamento físico cada vez melhor, os trotes foram evoluindo e a corrida passou a ser parte de sua rotina. Em oito meses de muito esforço, Silva eliminou 50 quilos, chegando aos 100 kg. Ele quer mais. “Até agora, venci algumas batalhas, mas a guerra só terminará quando alcançar os 80 kg”, revela orgulhoso. Sua meta até o final de 2013 é chegar, pelo menos, até 85 kg.

“Meu objetivo maior é correr bem. Não importa o tempo que eu faça, minha alegria maior é poder passar para outras pessoas que podemos mudar, basta acreditar em si mesmo”, exclama. “Correr pra mim, hoje, é o mesmo que se libertar.”

Seu treino é de dar inveja a muito veterano no esporte. “Corro de segunda a sexta, 10 km por dia, e caminho com a minha esposa nos finais de semana.”

Silva deixa uma mensagem para todos que estão em situação semelhante à que ele estava. “Só você pode se mudar. Acredite nos seus sonhos. Ser gordo é uma questão de escolha”, finaliza.

Tem uma história interessante ou conhece alguém que tenha passado por essas mudanças? Envie pra gente!