Antes e Depois: espelho da mudança

Atualizado em 08 de agosto de 2016
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O espelho, tão temido por quem está acima do peso, pode mudar estilos de vida. Em 2008, ao ver seu reflexo, Enzo Brera Valadão se assustou. Os 115 quilos, distribuídos em um corpo de 1,90 m, e as calças gigantes, tamanho 54, o incomodavam. “Eu virei ponto de referência: ‘tá vendo o gordo ali?’ Eu era esse gordo e isso passou a me chatear”, conta Valadão, que é engenheiro mecatrônico e morador de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Uma propaganda na televisão sobre a Volta da Pampulha o incentivou ainda mais. “Pensei comigo: este é o memento. Por que não dar a volta por cima e tentar começar por aí? Assim, sem treinamento, me inscrevi para a corrida”, diz. Porém, o que ele fez foi um pouco arriscado. “Comecei a correr a prova e, com menos de 1 km, minhas pernas já estavam pedindo arrego. Intercalei caminhadas e corridinhas leves e terminei os 18 km em 2h30.”

Apesar das dores na outra semana, com uma dieta e algumas caminhas, ele perdeu 3,5 kg. “Percebi que com o exercício e uma alimentação balanceada poderia emagrecer.”

Desde pequeno, ele estava acima do peso. Com 10 anos, morou nos Estados Unidos por um ano e foi quando começou a engordar. “A alimentação lá não é das melhores e, depois, quando voltei para o Brasil, não parei de ganhar peso”, relata.

Sua dieta não era nada saudável antes de mudar de vida. “Comia muita porcaria. Fritura, balas, doces, chips… De tudo e muito, além de comer em horas erradas”, afirma. Sua vida era totalmente sedentária. O início nas atividades físicas foi com a caminhada. “Não conhecia nada de corrida, pisada, tênis certo ou errado. Comecei no escuro e, com o auxílio dos meus pais, apenas andando perdi os dez primeiros quilos”, lembra o engenheiro.

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A evolução foi lenta e gradual. “Os trotes foram vindo aos poucos. Quando percebi que estava perdendo peso, minha confiança só aumentou e a vontade era de emagrecer mais e mais”, garante Valadão. Cada vez melhor, ele decidiu entrar para o Pulsar, um grupo de corridas e, com a orientação de um profissional, melhorou suas passadas.

A alimentação também mudou. “Hoje, como de tudo, mas de forma bem controlada e sempre de 3 em 3 horas. Muitas frutas e um almoço bem equilibrado também, com salada e verduras.” 

“Com essa mudança alimentar e as constantes corridas, treinamentos e dicas, consegui perder mais 22 kg, totalizando, assim, 32 kg a menos nas costas”, relata o engenheiro. A qualidade de vida mudou totalmente. “Me considero uma pessoa bem mais feliz e alegre.”

Em pouco mais de um ano, ele pulou dos 115 kg para 83 kg. O engenheiro está contente com o peso, “mas se perder só mais três quilinhos, chegarei ao meu ideal”, conta. A corrida é muito importante na sua vida. “Mantém meu preparo físico, me ajuda a refletir sobre a vida, aumenta a autoestima. Uma paixão sem limites!”

Hoje, depois de cinco anos correndo e 56 provas, sua meta é ambiciosa. “Maratonas!” Sim, no plural. “Já fiz uma no ano passado, da Linha Verde, em BH mesmo. Quero fazer outra no ano que vem. É muito desgastante, eu sei, mas é uma emoção e tanto completar”, descreve.

Seu treinamento é intenso. “Corro três vezes por semana, terça, quinta e sábado. Durante a semana, treinos menores e tiros, no fim de semana, longões para ganhar volume.”

Valadão incentiva mais gente a deixar de ser ‘ponto de refência’. “Não desanime jamais. Sei que não é fácil perder um quilo, mas com força de vontade, você consegue”, garante. Outro ponto fundamental que nunca o fez desistir. “No grupo de corrida, conheci muitas pessoas que me incentivam sempre e me ajudam a não parar.”

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