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Ultramaratonista roda 2.400 km pelo Brasil e se frustra com falta de apoio

Atualizado em 27 de novembro de 2017
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Cruzar o Brasil correndo é uma das especialidades de Carlos Dias. Entre junho e o fim de outubro, ele participou do Desafio 24h pelas Capitais, uma saga de 2.400 km por 19 cidades brasileiras. A proposta era correr durante um dia em locais selecionados previamente e arrecadar fundos em prol do combate ao câncer infantil. A jornada terminou bem; a arrecadação, não.

Dias chegou a ter 50 pessoas correndo ao seu lado em alguns momentos, mas vendeu apenas 243 camisetas em seu giro de cinco meses pelo Brasil – número que ficou abaixo de suas expectativas.

“Tive 50 corredores do meu lado em determinado momento. Se você analisar a dimensão de atletas do Brasil, a adesão é baixa. Nós temos muita gente em rede social falando que ama correr, mas você vê que é só na rede social. Eu percorri 19 cidades e lutei muito para não ficar sozinho”, afirmou.

Dias passou por Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Porto Velho, Boa Vista, Manaus, Santarém, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, Porto Seguro, Vitória e São Paulo, onde terminou o desafio. Do dinheiro arrecadado com a venda de medalhas e camisetas aos interessados, 10% foi para o Graacc, referência no combate ao câncer infanto-juvenil.

Cruzar o Brasil correndo é uma das especialidades de Carlos Dias. Em 24 anos de carreira, o ultramaratonista paulista já percorreu mais de 120 mil km pelos quatro cantos do país. Nessas jornadas, dormiu em lugares insólitos, encarou a solidão em rodovias esburacadas e comeu o que lhe servissem.

Ele, no entanto, prefere guardar o lado bom vivido no desafio deste ano. Um dos momentos mais marcantes aconteceu em Manaus, onde o pequeno Gabriel, uma criança que tinha vencido a leucemia, fez questão de encontrá-lo para correr ao seu lado durante alguns metros.

“Fiquei cinco meses na estrada para passar uma mensagem. E notei que uma criança viu a importância de passar essa mensagem de que é possível mudar esse cenário na luta contra o câncer”, contou.