Pistorius é condenado a cinco anos de prisão

Atualizado em 30 de maio de 2017

Passados um ano e oito meses da noite do crime que levou a modelo Reeva Steenkamp à morte, Oscar Pistorius teve sua sentença decretada. O paratleta foi considerado culpado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) pela morte de sua namorada e terá de enfrentar cinco anos de prisão.

A decisão foi anunciada pela juíza responsável pelo caso, Thokozile Masipa, mas tanto a defesa, quanto o Ministério Público ainda têm duas semanas para decidir se vão recorrer da sentença, visto que a pena máxima para casos como esse, na África do Sul, é de 15 anos

Em meados de setembro, a justiça já havia considerado o atleta inocente diante da acusação de assassinato premeditado, o que o livrou da prisão perpétua. Mas ao dar a sentença final, a juíza afirmou ter sido difícil definir quantos anos ele ficaria na cadeia, para não passar a imagem errada para a população, visto que o caso causou comoção pública.

Além disso, ela afirmou que o sistema prisional sul-africano está preparado para receber pessoas com deficiência física, como Pistorius, visto que a questão foi muito discutida com argumentos de testemunhas de defesa que tentaram mostrar a prisão como um lugar perigoso para o réu.

O atleta ainda foi condenado a mais três anos de pena suspensa por uso de arma de fogo. Segundo peritos sul-africanos, o paratleta terá de cumprir um sexto da pena na prisão (cerca de dez meses) antes de pedir transferência para prisão domiciliar, mas o Ministério Público diz que ele terá de passar na prisão pelo menos um terço do tempo a que foi condenado, ou seja, 20 meses.

Devido à sentença, Blade Runner, como Pistorius é conhecido, ficará afastado das competições. Assim, ele não participará da Paralimpíada de 2016, que acontecerá no Rio de Janeiro.

O caso
O crime ocorreu em 14 de fevereiro de 2013, quando Pistorius atirou na modelo através da porta do banheiro de sua casa. A defesa do atleta paralímpico alegou que o Pistorius pensava se tratar de um assaltante, atirando sem perceber que sua ex-namorada estava ali. A promotoria, em contrapartida, afirmava que o acusado teve intenção de matar. A versão aceita pela juíza foi a de que ele realmente não queria matar a namorada.