“Quero fazer a prova bem e chegar à frente. Vou em busca do pódio”. Este é o objetivo do maratonista Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova Iorque, e que volta agora aos Estados Unidos em busca do tricampeonato. O anúncio da participação de Marilson na prova foi feito em uma coletiva com a imprensa nesta quinta-feira (17) pela manhã em São Paulo.

Entretanto, Marilson tem claro que não vai ser fácil. A organização da prova já anunciou a presença de algumas lendas do atletismo mundial, como Hendrick Ramaala, Paul Tergat e Martin Lel, todos com tempo na casa das 2h06min, ou menos. O melhor tempo de Marilson em uma Maratona é em Londres 2007, quando correu em 2h08min37s. Mas segundo Marilson, a Maratona de NY não é uma prova para se baixar marca e ele tem uma vantagem, embora não seja um corredor tático, que ganha força no sprint final, ele consegue se adpatar e manter o ritmo forte nos trechos mais duros de subida da prova, o que o levou duas vezes ao lugar mais alto do pódio.

“Eu adoro correr em NY, eu me adaptei muito ao percurso, ele é muito adequado às minhas características como corredor, gosto do clima, do percurso, do jeito da prova, eu estou muito feliz de retornar, a organização é muito carinhosa comigo”, diz o bicampeão.

Este ano, Marilson terá um estímulo a mais para tentar chegar ao tricampeonato, no dia 1º de novembro. A organização anunciou que a prêmio total do evento chegará a U$ 800 mil – cerca de R$ 1,44 milhão – o maior da história da corrida, que comemora este ano sua 40ª edição, e o maior já concedido em um evento da série World Marathon Majors. A organização também disse que dará um bônus de U$ 70 mil para qualquer antigo campeão que vencer neste ano, então qualquer ex-campeão que subir no topo do pódio levará para casa algo em torno de R$ 360 mil.

“Este grupo de campeões disputará o maior prêmio da nossa história. Nós já sabemos que eles têm a força, a velocidade e a inteligência para vencer nas ruas de Nova Iorque, a questão é se conseguirão encontrar a fórmula mágica outra vez este ano”, disse Mary Whitenberg, CEO da New York Road Runners e diretora da corrida.

Embora Paul Tergat e Ramaala assustem, Marilson já conseguiu surpreender o mundo ao vencê-los em 2006, tornando-se o primeiro sul-americano a vencer a prova. Em 2008, ele repetiu o feito, concluindo a corrida em 2h08min43s. Uma terceira vitória de Marilson o empataria com a lenda norte-americana Alberto Salazar em número de títulos masculinos na competição.

Marilson contudo, teme outros adversários da lista. “Se você olhar a lista dos corredores da elite verá um grande número de atletas correndo na casa das 2h06min, então, na verdade, tudo pode acontecer na Maratona de NY, há muitos corredores que podem surpreender, como foi o meu caso”, diz. Os atletas olímpicos norte-americanos Ryan Hall e Brian Sell são alguns dos que entregam esta “temida” lista de elite.

Aos 32 anos, Marilson está também confiante no treinamento que está realizando para a prova, embora tenha sofrido com uma lesão, no final de 2008, que o obrigou a ficar afastado até fevereiro deste ano. “Eu fiz algumas provas boas este ano, outras não, como no mundial, mas venho evoluindo, preciso de um tempo maior para minha recuperação, mas estou mantendo o mesmo ritmo de treino dos outros anos, pois deu certo”, conta.     

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