A corrida de rua lesiona mais do que os outros esportes?

Atualizado em 31 de outubro de 2017
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Uma das frases mais conhecidas no esporte de alto rendimento sugere que a verdadeira luta de um atleta não é contra seus adversários, mas sim contra o seu próprio corpo. O esforço repetido e a obsessão por resultados cada vez melhores fazem com que as lesões sejam percalços constantes nas trajetórias de uma parcela significativa dos esportistas. Mas, afinal, a corrida é um esporte que lesiona mais do que os outros?  

Um estudo capitaneado por Jari Parkkari, do Centro de Pesquisas de Medicina Esportiva de Tampere, na Finlândia, garante que não. Os pesquisadores recrutaram aleatoriamente 3.657 finlandeses de 15 a 74 anos para checar quais eram os esportes que mais provocam lesões. Do número total, 3.363 aceitaram participar de um acompanhamento de um ano, com exercícios físicos com mais de 15 minutos de duração a cada checagem. 

O estudo confirmou que esportes coletivos, como futebol, o basquete e o hóquei, e modalidades que envolvem o contato direto com os adversários, casos das artes marciais, apresentam os maiores riscos de lesão para seus praticantes. De acordo com a pesquisa de Parkkari, a cada mil horas de corrida de rua, o número de lesões varia entre 2 e 4 – índice baixo comparado ao squash, que lidera a lista com uma taxa que gira entre 11 a 29.

 

 

Entre os 747 corredores que participaram do estudo conduzido pelo grupo de Tampere, foram 92 lesões registradas. Das 191 pessoas que jogavam futebol, 85 relataram contusões. Ou seja, mesmo sendo quase quatro vezes maior, o núcleo dos corredores sofreu quase o mesmo número de lesões dos boleiros. Para quem praticava basquete, a situação era ainda mais preocupante: 30 contusões para 59 pessoas. 

“A corrida é extremamente saudável quando feita de maneira organizada. Embora eu receba muitos pacientes que são corredores, a corrida não é o esporte que lesiona mais. Dificilmente o praticante tem fatores externos e incontroláveis que envolvam mudanças bruscas de direção ou entradas de adversários”, explica o ortopedista Pedro Pontin, da clínica esportiva paulista CareClub. 

O último Diagnóstico Nacional do Esporte, pesquisa do Ministério do Esporte que coletou informações sobre práticas esportivas e atividades físicas, aponta que 90,3% dos 33.950 brasileiros consultados praticam esportes sem a orientação de um instrutor especializado. 

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