Doping traz polêmica ao Mundial de atletismo

Atualizado em 30 de maio de 2017
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A IAAF (Federação Internacional de Atletismo) está no centro de uma enorme polêmica, e às vésperas do Mundial de Atletismo, que acontece entre 22 e 30 de agosto, em Pequim, China. A entidade foi destaque em veículos ingleses e alemães, que publicaram denúncias sobre um suposto esquema para encobrir mais de uma centena de casos de doping no atletismo comprovados e não punido.

O jornal Sunday Times e a TV ARD/WDR tiveram acesso a 12 mil exames, de 5 mil atletas diferentes, e chegaram a números alarmantes no doping no atletismo: um terço das medalhas (146, sendo 55 de ouro) de eventos como Mundiais e Olimpíadas, entre 2001 e 2012, foram vencidas por atletas que testaram substâncias suspeitas, mas sem resultado contestado. Só nos Jogos de Londres (2012), 146 medalhas estão sob suspeita, mas as investigações na entidade não avançaram sobre os casos.

Ainda segundo a investigação dos veículos, mais de 800 dos 5 mil atletas testados registraram exames de sangue descritos pelos peritos como altamente sugestivos para doping, ou pelo menos anormais. A pesquisa das 12 mil amostras passou por estudos dos cientistas Robin Parisotto e Michael Ashenden, dois dos principais especialistas em doping no mundo.

O presidente da IAAF, Lamine Diack, saiu em defesa do trabalho realizado pela entidade e ironizou as acusações dos veículos, dizendo que eles não haviam feito o trabalho antidoping entre 2001 e 2012. O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, e Craig Reedie, que comanda a WADA (Agência Mundial Anti-Doping) afirmaram que antes é preciso fazer uma investigação rigorosa. A WADA anunciou que vai começar investigações urgentes, a fim de não vão atrapalhar no trabalho de tolerância zero ao doping, principalmente no Mundial, que começa em 15 dias, e os Jogos Olímpicos do Rio em 2016.

Grandes nomes e Brasil na pista

Se nos bastidores o clima é de apreensão por conta das denúncias de doping no atletismo, o estádio Ninho do Pássaro, que recebeu as Olimpíadas de 200, está pronto para receber o Mundial, que tem presenças confirmadas dos astros Usain Bolt e Mo Farah.

No caso do Brasil, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) anunciou uma das maiores delegações do país a participar do evento, com 48 atletas, sendo 29 homens e 19 mulheres. Entre os destaques, está Fabiana Murer, no salto com vara. Na maratona, o Brasil será representado por Solonei Rocha da Silva, Gilberto Silvestre Lopes, Edimilson dos Reis Santana, Michele Chagas de Lima e Roselaine Souza Ramos Benites. O país passou em branco no quadro de medalhas do último mundial, realizado em Moscou (2013). A última medalha brasileira na competição veio com o ouro de Murer, em Daegu, na Coréia do Sul (2011).