Corredores cruzam os EUA por uma causa social (Foto: divulgação)Foto: Corredores cruzam os EUA por uma causa social (Foto: divulgação)

Corredores cruzam os EUA por uma causa social

Atualizado em 20 de setembro de 2016

Seis corredores com um histórico de abusos de droga e transtornos mentais se aventuraram em uma longa jornada de cruzar os Estados Unidos correndo de costa a costa. Os Icebreakers, como eles se chamam, têm o objetivo de romper as barreiras do preconceito e encorajar pessoas que passam por problemas semelhantes aos deles a procurarem ajuda.

A aventura, que teve início no dia 15 de maio em Santa Mônica, se encerrou após o grupo percorrer onze estados norte-americanos. A chegada foi programada para acontecer em Virgínia, no dia 8 de junho, durante a conferência anual de saúde mental. “Percorremos cerca de uma maratona por dia, por pessoa, durante 24 dias consecutivos”, disse o capitão da equipe Charlie Engle, ex-viciado em crack que encontrou nas ultramaratonas a sua salvação.

A corrida, aliás, foi fundamental na recuperação de todos os seis membros, que tiveram que lutar em algum momento do passado contra algum vício ou transtorno psicológico. Sem o esporte, disseram, não saberiam se estariam vivos até hoje.

O grupo se revezou durante todo o trajeto e, por conta disso, precisaram correr em horários diferentes a cada dia. Segundo a atleta Catra Corbett, ex-dependente de álcool e drogas, este foi o ponto mais difícil. “Eu corro de três a quatro horas por dia, então a distância não foi um problema para mim. O que dificultou foi fazer isso cada dia em um período diferente”.

Ao longo do caminho, o grupo foi dando palestras e interagindo com os moradores das cidades. Diversos estranhos, e também conhecidos, se aproximaram deles durante a jornada para se abrir e falar de seus problemas. “Tenho recebido e-mails de pessoas que eu conheço há algum tempo e que eu não sabia que estavam passando por dificuldades”, disse Corbett.

“Eu não ligo para quantas pessoas são possíveis de se alcançar por meio da Internet e das redes sociais. Esse contato humano e essa troca de histórias que nos motiva”, explicou Engle.