A desistência na Maratona de Berlim, no último dia 24, provocou uma crise no estafe do etíope Kenenisa Bekele. O fundista ficou “consternado” depois de ler que Jos Hermens, seu representante, o acusou de falta de profissionalismo.

“Isso não pode seguir assim. Quem quer correr uma boa maratona tem que se preparar bem. Se não for assim, o atleta não está sendo profissional. Não havia desculpas ou lesões, só falta de trabalho”, disse Hermens ao site americano Let’s Run. Ainda de acordo com ele, há uma “diferença total” entre Bekele e o queniano Eliud Kipchoge, vencedor da Maratona de Berlim deste ano.

Bekele usou seus feitos no esporte para responder ao representante. “Como se pode questionar o profissionalismo de um atleta que tem a segunda maratona mais rápida da história e segue tendo o recorde mundial nos 10.000 m e nos 5.000 m até hoje? Ele me colocou muita pressão e me disse que eu faria minha marca agora ou nunca”, rebateu.

Vencedor da edição de 2016 da Maratona de Berlim – registrou tempo seis segundos mais lento que as 2h02min57 que renderam a Denis Kimetto o recorde mundial nos 42.195 km –, Bekele tem quatro medalhas olímpicas e é considerado um dos melhores fundistas de todos os tempos. 2017, entretanto, não tem sido uma temporada positiva para ele, que há havia desistido na Maratona de Dubai.

“Quebrarei o recorde antes de me aposentar. Vou demonstrar que trabalho duro”, declarou o atleta de 35 anos. Bekele não confirmou se continuará trabalhando com Hermens.