Fraturas por estresse atrapalham os treinos

Atualizado em 19 de dezembro de 2017

Fraturas por estresse são problemas comuns entre corredores – principalmente nos que estão migrando para distâncias maiores. Os ossos, submetidos a forças repetitivas e cíclicas, sofrem com a chamada ‘fadiga do material’ – quando a resistência máxima do tecido ósseo é superada – e acabam se rompendo. Além do impacto, as forças de tensão proporcionadas pela contração muscular, acabam por gerar essa lesão – neste caso, mais complexas de serem prevenidas.

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icon texto_menor  SAIBA TRATAR E EVITAR FRATURAS POR ESTRESSE 
icon texto_menor  O QUE FAZER COM AS FRATURAS POR ESTRESSE? 

Ossos mais afetados
A tíbia, o osso da canela, é o que mais sofre com a lesão, entre os corredores. Entre as mulheres, o colo do fêmur também pode ser afetado, principalmente nas atletas com o índice de massa corporal (IMC) baixo, distúrbios alimentares e osteopenia ou osteoporose. Os ossos dos pés e o fêmur são outros com alto índice de desenvolvimento do problema.

Prevenção
No caso da fratura por estresse gerada pelo impacto, o uso de um tênis com um bom sistema de amortecimento e feito para o tipo da pisada da pessoa, aliado a um bom trabalho de fortalecimento – que garantirá que os músculos, principais amortecedores do corpo, sejam capazes de suportar o esporte –, são duas medidas fundamentais. Um trabalho desenvolvido especificamente para o corredor, como exercícios pliométricos e treinos funcionais, é o mais recomendado. O aumento gradativo da distância, intensidade e velocidade no esporte também ajuda a garantir a saúde óssea – quanto mais fadigado o músculo, menos amortecimento ele proporcionará.

Por outro lado, para prevenir as fraturas por estresse provenientes da contração e tensão muscular, é necessário que o corredor faça uma consulta com um ortopedista. O médico avaliará a biomecânica do atleta, com o intuito de descobrir fatores de predisposição e corrigi-los, quando possível, ou compensá-los, quando não.

Tratamento
Após a constatação da lesão, o tempo médio de recuperação é de seis a oito semanas. Nesse período, é possível fazer exercícios que não gerem cargas de impacto – como a natação. Também é uma boa hora para refletir sobre o que levou o atleta a se lesionar assim e trabalhar para que não volte a ocorrer.

(Fonte: Dr. Mauro Fuziki, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte)