POR LEANDRO BITTAR

As duas equipes espanholas Astana-Wurth (ex-Liberty) e Comunidade Valenciana conhecerão em uma semana se continuam ou não entre as participantes do Tour de France 2006, que começa no dia 1º de julho. A afirmação é do diretor Jean Marie-Leblanc, que deu uma entrevista durante o Criterium Dauphiné Libéré, na França. Para o dirigente francês, a evolução no trabalho da polícia espanhola no Caso Porto será essencial para a definição de uma punição às equipes, mas que o Tour será duro no momento necessário.

“Não temos todas as cartas na mão”, diz Leblanc. “Temos que seguir o ritmo da justiça. Nós estamos esperando um comunicado oficial da justiça espanhola para juntarmos nossa determinação à da UCI”. Leblanc afirmou que os casos dos dois times são distintos. “A Comunidad Valenciana foi convidada e a organização é quem decide se mantém o convite ou não. Já a Liberty está qualificada por possuir a licença do Pro Tour. Se essa licença for cassada, eles não estão qualificados mais”, diz.

Enquanto isso, a comissão do ProTour analisa as condições financeiras e éticas da mudança do patrocinador que substituiu a Liberty Seguros pelo grupo cazaque Astana. Eles também avaliam a presença de Manolo Saiz como dirigente da equipe após todos os últimos incidentes.

Leblanc se diz decepcionado, chocado e irritado com esse caso. Para ele é “lamentável, vergonhoso e degradante reviver isso, anos depois do caso Festina”. Ele disse que nenhuma equipe deve ser convidada para o Tour, caso a Comunidad Valenciana e/ou Astana-Wurth sejam punidas. Leblanc completa dizendo que o favoritismo de Alexandre Vinokourov (Astana-Wurth) ao título do Tour 2006 não será motivo de uma atitude mais branda nas punições.