UCI confirma Astana no Pro Tour 2015

Atualizado em 05 de agosto de 2016
Mais em Tour de France

Após uma certa dose de suspense e apreensão, a UCI enfim anunciou, nesta quarta-feira (10), o registro da Astana como membro do Pro Tour 2015, principal divisão do ciclismo mundial. Mesma ‘sorte’ não teve a Europcar, que teve seu pedido negado e deve ser rebaixada. Já a Neri-Sottoli (Yellow Flu) foi confirmada como Pro Continental (segunda divisão).

A dúvida sobre a aceitação, ou não, da Astana, se devia aos recentes casos de doping confirmados na equipe (três na divisão Continental e dois na divisão principal) e à suspeita de que membros do time se encontraram em 2013 com o Dr. Michele Ferrari, médico banido do esporte após ser acusado de participar de inúmeros casos doping nos últimos 20 anos. Isso fez com que a UCI postergasse em uma semana a definição sobre o registro da equipe do atual campeão do Tour de France, Vincenzo Nibali.

leiamais-cinza-novo
iconezinho  IAM CYCLING HERDA VAGA NO PRO TOUR 2015

Em nota, a UCI informou que a Comissão de Licença revisou toda a documentação entregue pela Astana e concluiu que a equipe reforçou sua política antidoping, com ações de prevenção e repressão – os ciclistas pegos no doping estão suspensos, assim como a Astana Continental. No entanto, apesar de conceder a licença, a UCI subordinou a Astana a duas condições em 2015.

A primeira diz respeito a uma auditoria interna que será realizada pelo Instituto de Esportes e Ciências da Universidade de Lausanne (ISSUL, em inglês), um órgão independente mas reconhecido pela UCI. O ISSUL irá investigar as causas dos casos de doping e irá determinar o quanto a equipe e seus diretores foram responsáveis. Além disso, irá avaliar a estrutura interna para assegurar que padrões éticos são tomados por todos. A avaliação deverá terminar no começo de fevereiro.

A outra obriga a Astana, já a partir de 2015, a aderir a novos requerimentos internos operacionais que fazem parte de uma reforma proposta pela UCI para o ciclismo de estrada. A Astana irá integrar um grupo de oito equipes que se voluntariaram para ajudar na implementação. As medidas serão obrigatórias a todos a partir de 2017.

Por fim a Comissão de Licença avisa que caso a equipe falhe nessas duas obrigações ou que novos casos de doping aconteçam, a licença poderá ser retirada. Ainda sobre a investigação da Polícia de Padova, que acusa membros da Astana de se encontrarem com o Dr. Michele Ferrari, a UCI informa que não recebeu qualquer notificação. No entanto, informa que assim que receber o arquivo, poderá punir a Astana caso existam evidências.

“O caso da Astana Pro Team segue uma situação muito séria para o nosso esporte dado o número de casos de doping. Nós devemos seguir esta situação de perto e estar a par do resultado da audiência. Enquanto isso, a equipe terá que cumprir com os dois requerimentos da Comissão de Licença. A combinação disso pode ser considerada uma provação para a Astana”, declarou o presidente da UCI, Brian Cookson.

Comedida, a Astana se limitou a uma curta nota em seu site na qual informa o recebimento do registro Pro Tour e agradeceu o apoio de familiares, patrocinadores, atletas, estafe e fãs.

Europcar fora da divisão principal

Durou um ano a vida da Europcar na divisão principal. Com problemas financeiros, a UCI negou o registro Pro Tour da equipe francesa para 2015. De acordo com a Comissão de Licenças, o time não cumpriu com todos os pré-requisitos finaceiros. Agora a UCI irá avaliar a possibilidade de registrar a Europcar como Pro Continental. Com isso o Pro Tour terá 17 e não 18 equipes em 2015.

Em outubro a equipe informou que 2015 será o último ano da Europcar como principal patrocinadora.

Equipe de brasileiro é registrada com ressalvas

A Neri-Sottoli (Yellow Flu), equipe do brasileiro Rafael Andriato, foi registrada por mais um ano como Pro Continental. No entanto, a Comissão de Licença pede que os italianos implementem com mais rigidez medidas antidoping.

Em setembro o italiano Matteo Rabottini testou positivo para EPO. Já em 2013, Mauro Santambrogio e Danilo Di Luca foram pegos com a mesma substância.