A manipulação invisível

Atualizado em 28 de abril de 2016
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POR ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ

Uma das maneiras ilícitas de melhorar o desempenho é extrair sangue do atleta durante os períodos de treinamento e reinjetá-lo antes de uma prova. A autotransfusão é um modo de aumentar a taxa de glóbulos vermelhos no sangue. Os glóbulos vermelhos são estruturas responsáveis por levar oxigênio aos músculos, aumentando seu rendimento e diminuindo o cansaço.

É um procedimento simples que não é detectado pelos exames antidoping. Antes do começo da temporada, se extraem 450 cm3 de sangue por semana, durante três semanas seguidas, no máximo. O sangue é centrifugado para separar os glóbulos vermelhos do plasma,
que é imediatamente reinjetado no atleta. Os glóbulos vermelhos são conservados a 4º C durante, no máximo, quatro meses, e são reinjetados uma semana antes da competição. Os benefícios se notam em poucas horas.

Entre os efeitos nocivos da prática estão reações alérgicas ou hemolíticas, danos renais, sobrecarga do sistema cardiovascular, choque metabólico, trombose.

A autotransfusão é praticada há mais de trinta anos em provas de fundo de atletismo, natação e ciclismo. Com o surgimento da detecção de EPO, outro método de aumento dos glóbulos vermelhos, a autotransfusão ressurgiu. No ano passado, dois ciclistas da Phonak foram suspensos por esse motivo: Tyler Hamilton e Santiago Pérez.