POR ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ

O Tribunal Correcional de Bordeaux, na França, pediu penas de prisão para os principais acusados no julgamento do caso denominado “pote belga”, escândalo de tráfico de produtos dopantes provenientes da Bélgica entre 2002 e 2005. O procurador pediu a pena mais alta, de quatro anos de prisão, para o ex-massagista da equipe belga ADR, Freddy Sergant, enquanto os irmãos Laurent e Fabien Roux, ex-ciclistas, foram contemplados com 30 meses de reclusão.

Sergant, de 63 anos, é acusado de ter importado, entre 2002 e 2005, mais de dois mil frascos do “pote belga”, um coquetel de anfetaminas que pode incluir cocaína e heroína. Os irmãos Roux são acusados de ser os principais fornecedores do produto, que era repassado a vários intermediários, que o distribuíam em todo o sul da França. O procurador destacou que a pena requerida contra os irmãos Roux era puramente simbólica, pois ambos passaram oito meses em prisão preventiva e por isso não devem voltar à prisão. O representante do Ministério Público dirigiu palavras muito duras a Sergant, acusando-o de “ser o único que não estava suficientemente louco para tomar os produtos que vendia”.

Os outros 20 acusados no caso, a maioria ex-ciclistas, tiveram penas de prisão requeridas, mas isentas de cumprimento. Em relação a eles, o procurador expressou “um sentimento mesclado de descontentamento e compaixão”, pois vários deles se transformaram em toxicômanos.
Durante o julgamento, Laurent Roux afirmou que “todo mundo”, incluindo ele, se dopava no pelotão desde meados da década de 90 na França .