Potência na pedalada: uma ferramenta

Atualizado em 14 de março de 2018
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 No ciclismo competitivo vai ter sucesso aquele atleta que conseguir, entre outros feitos, apresentar características que o permitam manter uma alta produção de potência durante a maior parte do tempo de uma competição. Para o recorde da hora, por exemplo, a potência média produzida fica em torno de 460 Watts, enquanto que para a prova de 4000 m em perseguição, esta sobe para 550 Watts, em média.

No ciclismo a potência expressa a relação entre o torque aplicado no pé-de-vela (força aplicada no pedal pelo ciclista e que faz o pé-de-vela girar e a bicicleta andar), o comprimento do pé-de-vela (um braço de alavanca) e a cadência de pedalada (rotações por minuto).

Ao contrário do que uma primeira impressão pode sugerir, usar um pé-de-vela mais longo não é a melhor solução para produzir mais potência e -andar mais-, assim como também não é o melhor estratégia pedalar na relação de marchas mais pesada possível, na qual se faz mais força.

Estas -estratégias- não funcionam porque no ciclismo, nossos músculos respeitam uma lei estabelecida no início do século passada, nomeada relação força-velocidade, que de maneira simplista pode ser explicada da seguinte maneira: quanto maior a velocidade, menor será a força produzida, e vice-versa.

Você não percebe isso quando pedala nas relações das marchas mais leves da bicicleta, ou quando pedala na relação mais pesada, mas com uma alta cadência? Na verdade existirá um ponto onde há um equilíbrio entre a força e a velocidade, próximo aos 80-100 rotações por minuto.

Deve-se levar em consideração que a potência gerada é o produto final da associação de diversos fatores, e um desses fatores é o trabalho cardíaco (freqüência cardíaca). No entanto, não só o trabalho cardíaco capaz de expressar a produção de potência. Fatores relacionados com a nutrição e também a concentração do atleta tem se mostrado determinantes do resultado final. Dentre os aspectos biomecânicos, a técnica de pedalada do ciclista também interfere na produção de potência, visto que está determinará a quantidade de força aplicada no pedal que irá gerar torque no pé-de-vela.

A medida da potência é um avanço tecnológico que está chegando com mais força no ciclismo brasileiro e vai ajudar ainda mais ao esporte crescer. Para quem treina em equipes, o investimento de um patrocinador na aquisição de um sistema para monitoramento da potência é válido e com certeza trará bons frutos aos atletas quando bem utilizadas pelo treinador. Este permite o controle da carga de trabalho na bicicleta por meio da relação entre a potência que o atleta está treinando e variáveis fisiológicas importantes, como a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio.