Resistência Máxima

Atualizado em 02 de maio de 2016
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Chegar na capital da Indonésia, Jacarta, foi mais difícil do que eu imaginava. O percurso pela populosa ilha de Java exigiu meu esforço máximo e me levou a superar obstáculos inesperados, além de ter castigado a bicicleta.

As torrenciais chuvas e a péssima condição das estradas obrigaram, a mim e à bicicleta, trabalhar no limite. O desgaste, sobretudo da corrente e dos freios, constantemente cobertos de lama, foi considerável. Minhas condições também não eram das melhores. Chuvas diárias, seguidas de banhos frios (de caneca) e a alimentação precária debilitaram a forma física.

Resisti, segui em frente. A manutenção da bike e os cuidados com os meus problemas tornaram árduo o trajeto até Jacarta, de uma maneira que não desejo nem mesmo para o pior inimigo. Bicicletarias eficientes são raridade. Muito mais complicado é encontrar alguém que fale qualquer outro idioma além do dialeto javanês – essencial quando se está adoecido e se precisa estabelecer comunicação.


Escombros de um recente terremoto

A sorte definitivamente não esteve ao meu lado durante a empreitada entre a cidade de Denpassar e Jacarta. As experiências ruins não impediram, no entanto, que eu continuasse a aventura. Cheguei em Jacarta com sensação de dever cumprido. Agora deixo a Indonésia rumo à desenvolvida Cingapura, onde pretendo recuperar minhas energias e contar com um pouco mais de estrutura em minhas pedaladas asiáticas.

Arthur Simões Cardoso Neto, 24 anos, é formado em direito, professor de yoga, ciclista e esportista convicto. Ele realiza o projeto Pedal na Estrada, viajando por 30 países sobre uma bicicleta, com o patrocínio da Bristol-Myers Squibb e o apoio de Fuji Bikes, Dennova e Base64.