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Cicloloja: nova tendência nas ruas

Atualizado em 28 de outubro de 2016
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Os empreendedores mais argutos já perceberam que bicicletas são mais do que um meio de transporte ativo. Podem ser também lojas que permitem várias vantagens, em comparação com as lojas tradicionais: menor custo, flexibilidade de horários e facilidade de deslocamento até o consumidor final. Ainda encontradas esparsamente nas grandes metrópoles brasileiras, as bike stores, também conhecidas como cicloloja, são uma tendência com amplos motivos para vingar.

A designer Flávia Ferreira, dona da marca paulistana de acessórios F. Ferreira, enxergou as possibilidades oferecidas por uma loja não-motorizada com duas rodas e encomendou à empresa Maxiboom uma bike artesanal que funciona como bike store. A cicloloja, que custou R$ 10 mil e é movida pelas pedaladas da própria Flávia, ficou pronta há um mês e já circulou em busca de clientes por locais como a Casa das Caldeiras, na Avenida Francisco Matarazzo, Feira do Bixiga e Baixo Augusta, entre outros pontos da capital paulista. Toda estilosa, a magrela não deixa de ser um chamariz para os produtos.

Flávia filia sua marca a uma tendência chamada slow fashion. Quem já teorizou sobre isso emprega, para definir esse conceito, termos como “moda desacelerada”. Há preocupação também com sustentabilidade. A designer, levando essa proposta a sério, logo se convenceu de que um meio de transporte não poluente como a bike tinha tudo a ver com isso. Sua cicloloja nasceu dessa feliz conjugação de ideias.

 

 

Ferreira desenvolveu o conceito da marca, que casou com o de sua bike store. Trabalha com ferro, metal que se relaciona a seu próprio sobrenome. A bike criada pela Maxiboom, um modelo que agrada aos olhos, consumiu madeira de boa qualidade e ferro. O único problema é que ficou um pouco pesada. Flávia, que mora na rua Frei Caneca, sua para conduzi-la na subida do espigão da Paulista, uma das muitas elevações que compõem o acidentado relevo paulistano.”É uma bicicleta pesada. Como se trata de um projeto novo, ficou assim”.

Flávia, aos 30 e poucos anos, ainda conserva a bicicleta que começou a pedalar aos 11 anos de idade. As dificuldades para se deslocar numa cidade que cresceu voltada para os interesses dos donos de automóveis, esquecendo-se dos ciclistas, foram responsáveis pelo receio de pedalar. A recente expansão da rede cicloviária paulistana e a mudança da designer para a região central da cidade reacenderam a paixão antiga pela bicicleta.

“Sempre tentei correr, mas nunca foi um exercício que me fascinou. Também nunca fui apaixonada por competição. O que sempre gostei no ciclismo é a sensação do vento no rosto. Quando vi tanta gente no centro pedalando, resolvi aderir, e agora me sinto mais segura, graças à ciclovia”.

O ciclismo, que funciona para Flávia mais como relaxamento mental do que como atividade voltada para a manutenção da forma física, é também uma plataforma de negócios e a expressão de um conceito que corresponde a valores que enxerga em sua marca. “Eu diria que a bicicleta veio para unir todas as nossas inspirações”.