2014 vai ser o ano da... bike!

Atualizado em 29 de abril de 2016
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Sim, teremos Copa do Mundo de Futebol. Viveremos para ver marcas de multinacionais de bebidas, bancos e artigos esportivos investindo grandes verbas em marketing por conta da bola. Mas, para andar nas ruas e chegar até a padoca para discutir no café da manhã com o chapeiro usaremos cada vez mais a bike… Essas que você, eu e muita gente têm para ir e vir com mais agilidade.

Os números impressionam: somos mais de 500 mil andando todos os dias por São Paulo, uma cidade que não propicia a condução por causa da topografia e pelas distâncias. Temos promessas políticas de mais 400 km entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas — se conseguirmos metade disso, a megalópole já mudará para melhor. Apenas nas ciclofaixas de feriados e domingos, calcula-se que há mais de 100 mil pessoas transitando, entre adultos, crianças, idosos, famílias. Estamos, todos, passando por uma reciclagem, por um aprendizado natural de bons modos, de conduta adequada de segurança, de respeito às leis do trânsito, de bom convívio com carros e pedestres.

Quem anda de bike por aí sabe que muito melhorou nos quesitos tolerância e atenção dos motoristas com relação aos ciclistas, seja pelas leis criadas, seja porque, se não o próprio motorista, alguém de sua família vive a realidade de estar sobre duas rodas. Claro, existem acidentes trágicos, por diversas vezes fatais, que fazem parte do aumento progressivo do número de adeptos, como em toda relação de escala e crescimento: mais pessoas pedalando, mais acidentes.

Estamos longe da cultura europeia da bicicleta, e longe da cultura asiática também, mas vejo que caminhamos em relação ao que éramos: alienados e irresponsáveis. A fusão de grandes marcas do segmento, a vinda de empresas para investir em fábricas no Brasil, o aumento de serviços como bicicletarias e bicicletários adaptados, os espaços de convivência para usuários da bike, os projetos para bikes pela cidade e até representantes do poder público tornando-se cicloativistas (estive em reunião com um vereador no semestre passado para discutir sobre o fechamento de uma ciclovia e a ideia de emplacamento para bicicletas que há três anos vai e volta para a Câmara de bicicleta) me tornam otimista demais.

Vou chegar a ponto de dizer que, em 2014, o ano é da BIKE!! Será continuar pedalando para ver e crer. Que comecemos com a roda dianteira e o pedal direito!