Um passo ao pódio

Atualizado em 02 de maio de 2016
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Por Leandro Bittar, do Rio de Janeiro

Segunda-feira amanheceu com uma chuva fina. Uma ressaca do final de semana glorioso do País. Todas as bancas expõem os inúmeros jornais e suas capas destacam os feitos dos brasileiros nos Jogos Pan-americanos e fora dele.

No ônibus da imprensa, não foi diferente. Pessoas de vários idiomas conversavam sobre a exuberante vitória brasileira na final da Copa América, ao vencer os campeões por antecedência, os argentinos. Apesar do tempo fechado, foi uma manhã feliz para os brasileiros.

Ontem foi o dia em que visitei pela primeira vez o Velódromo do Rio de Janeiro. É impressionante o legado que será entregue ao ciclismo brasileiro após os Jogos. Espero que a Federação do Rio de Janeiro cuide e plante bem os frutos que poderemos colher nos próximos anos.

Em janeiro de 2006, fizemos uma matéria sobre as condições dos velódromos nacionais. Não acredito que nenhum deles tenha melhorado, mas este novo local muda completamente o panorama nacional. Temos uma bela pista.

Infelizmente, este ainda não será o Pan em que veremos os brasileiros andando de igual para igual com os cubanos, colombianos, argentinos e outros vizinhos da América. No primeiro dia de prova, os brasileiros ficaram de fora das duas finais de velocidade. A maior expectativa foi em cima de Marcos Alcântara, o Mancha, que terminou na 13ª colocação nos 200m. Uma prova que só classificava 12. Fernando Firmino foi o 14º. O outro brasileiro do dia foi Alex Arseno, que completou a prova de perseguição individual em oitavo lugar.

Quase todos os atletas andaram ontem com tempos superiores ao normal. A pista – ainda muito nova – não apresenta as linhas de traçado. Mais ou menos como acontece em toda prova de Fórmula 1, no qual existe um traçado ideal.

Explicações
O técnico da seleção brasileira, Adir Romeo, precisou dar muitas explicações aos jornalistas. Foi uma verdadeira aula de como funciona a modalidade. A maioria não fazia idéia do que estava acontecendo naquela pista ovalada.

Fiz questão de entregar a Adir a edição deste mês da Revista VO2. O retrato da capa é Anésio Argenton, único ciclista brasileiro medalha de ouro em Pan-americanos. A reportagem fez sucesso entre os jornalistas quando Romeo afirmou que o antigo corredor faz tempos similares aos dos brasileiros de hoje. Adir Romeo diz que motivará seus atletas com a matéria do ciclista de Araraquara.

Adir Romeo explicou também que as provas de velocidade precisariam de mais preparação e afirmou que mesmo os atletas não convocados conseguiriam fazer algo mais expressivo. Para eles, estes primeiros dias são de preparação dos equipamentos e das estratégias para as provas de fundo.

Ele apontou o que define como nossas únicas chances reais de medalha: prova por pontos feminino, com Janildes Fernandes; prova por pontos masculino, com Robinho Figueiredo e a famosa Madison, com os experientes brasileiros Hernandes Quadri Júnior e Rodrigo Morcegão. A dupla já conseguiu alguns resultados positivos juntos e pode sim trazer uma medalha importante para o Brasil.

Curtas do Pan

– Adir Romeo desabafou aos jornalistas sobre a possibilidade de não dar continuidade ao trabalho que faz com a seleção de pista. Disse que precisará de paciência.

– Outra declaração do treinador foi sobre uma possível restauração e utilização do velódromo da USP. Vamos torcer!

– Nesta segunda-feira acompanhei também as provas de natação. A evolução brasileira neste esporte nos últimos é um exemplo que deveria ser seguido por outros, como o ciclismo.