As aparências enganam

Atualizado em 02 de maio de 2016
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Por Leandro Bittar, do Rio de Janeiro

Mais uma vez o sol não apareceu no Rio de Janeiro. A manhã desta quarta-feira, dia 17 de julho, parecia noite. Um clima desanimador que, ainda bem, não refletiu em nada no dia de competições.

Ainda pela manhã, a sorte começou a mudar com a bela participação da natação brasileira. Medalhas e recordes Pan-Americanos em quase todas as provas disputadas nesta quarta-feira, no Parque Aquático Maria Lenk.

Uma caminhada até o velódromo e na pista, os brasileiros se esforçaram
muito para apagar a má impressão deixada pelo dia anterior. Conseguiram, em parte! Se o quarteto da prova de perseguição e o trio da de velocidade olímpica não estiveram na luta pelas medalhas, ao menos conseguiram superar suas próprias marcas.

Roberson Figueiredo, Rodrigo Mello (o Morcegão), Hernandes Quadri Júnior e Alex Arseno registraram um novo recorde brasileiro na perseguição por equipes: 4min28s665. Resultado que rendeu ao Brasil o sexto lugar, tinham sete equipes, na prova.

Mas se os brasileiros não tiveram muito brilho, os competidores dos outros países deram um grande espetáculo no Velódromo do Rio de Janeiro. A surpreendente vitória da colombiana Diana Arrego sobre a cubana Lizandra Guerra na prova de velocidade feminina e a imponente vitória do cubano Julio César Herrera entusiasmaram o público, cada vez mais familiarizado com o ciclismo de pista.

Sem dúvida, porém, a grande atração do dia foi a final da prova de perseguição por equipes. As equipes colombiana e chilena travaram um duelo envolvente e que deixou as duas torcidas, presentes em bom número no local, com o grito na garganta por exatos 4min11s. Para quem não conhece, nesta prova cada time larga ao mesmo tempo de um lado da pista e luta contra o relógio pela vitória final.

A cada volta a liderança trocava de mãos, sempre com diferenças inferiores a 0s300. Em um determinado momento, a diferença era de incríveis 0s002. Ao final, a alegria ficou para os chilenos, por 0s160 de vantagem e com novo recorde do torneio. Sem dúvida, um dia para ser guardado na história do ciclismo Pan-americano.

Eu vim para vencer
A prova de estrada acontece no próximo sábado e ontem, terça-feira, 18 de julho, o brasileiro Luciano Pagliarini chegou da Itália. O ciclista se diz bem fisicamente e confiante em disputar a vitória. Pagliarini reconhece as dificuldades que encontrará, mas afirma que não veio ao Brasil a passeio. Segundo o brasileiro que mora na Itália e compete no Pro Tour pela equipe Saunier Duval, ele não é o dono do time e diz que seus companheiros não terão a obrigação de trabalhar para ele caso esta não seja a melhor opção. O time brasileiro de estrada é completado por Rafael Andriato, Otávio Bulgarelli e Renato Seabra. A briga promete.

Curtas do Pan
– Ontem, dia 18 de julho, em todas as provas as bandeiras foram erguidas a meio palmo e foi respeitado o minuto de silêncio. Toda a Família Pan solidariza-se com a triste tragédia ocorrida com o avião da TAM, em São Paulo.
– É impressionante o pragmatismo dos ciclistas americanos, sempre muito concentrados no trabalho. Perguntados sobre o sucesso americano nos esportes, eles disseram: “Levamos muito a sério nossos treinamentos e o fazemos de forma muito dura para conseguir o melhor resultado”.

– Em todas as entrevistas coletivas os atletas têm à disposição isotônicos e água mineral. A maioria evita tomar. Os americanos nem tocam nas bebidas. Tudo para evitar qualquer possibilidade de doping.