<p>Praticamente todos os seres vivos mostram algum tipo de oscilação em seu comportamento e em suas funções orgânicas. Ao contrário do que se acreditava, essas oscilações não são meros reflexos das flutuações ambientais como a noite e o dia ou mesmo as estações do ano. Representam isso sim, a atuação de mecanismos bem conhecidos como
Embora as primeiras idéias a respeito da possível existência de "relógios biológicos" tenham surgido no início do século XVIII, é apenas a partir de meados do século XX que a cronobiologia adquire a estatura de disciplina científica reconhecida internacionalmente. A cronobiologia é hoje assunto para cientistas de todo o mundo, como médico francês Yvan Touitou e, no Brasil, o Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, da USP.

Touitou utiliza em suas pesquisas a exposição à luz com pacientes portadores de depressão sazonal. O pesquisador francês salienta que este tipo de depressão pode ser curado pelo tratamento que tem se mostrado eficaz em 80% dos casos. “A luz é um regulador fundamental da produção de melatonina que atua por via retino-hipotálmica. Este hormônio é considerado um tradutor do sinal luminoso ao organismo, sinalizando dias curtos e dias longos”, diz. Segundo ele, a melatonina é a “doadora do tempo” que permite vivermos em harmonia com o meio-ambiente.

Os resultados das pesquisas no mundo todo já permitem definir os melhores períodos do dia para cada tipo de atividade, de acordo com os ciclos diários da produção natural de hormônios.



Hora para tudo

Despertar - entre 7h e 8h
A partir das 6h, o corpo produz um hormônio, o cortisol que tem papel importante nas respostas biológicas ao estresse, mobilizando o corpo e preparando-o para a atividade intensa. Entre 7h e 8h, a taxa de cortisol no corpo atinge a concentração máxima - faixa horária ideal para acordar com facilidade. Voltar a dormir é um erro. Por volta das 9h, o corpo começa a produzir endorfinas, que estimulam um sono pesado.



Prazer - entre 9h e 10h
A taxa de serotonina está em seu pico. O prazer experimentado só será aumentado. Boa hora também para ir ao dentista: as endorfinas, em alta nesse horário, são anestésicos naturais.

Trabalho - entre 10h e 12h
O estado de vigilância atinge o seu pico e a memória de curto prazo está mais ativa. Momento para refletir, discutir idéias e encontrar inspiração.

Descanso - entre 13h e 14 h
A moleza de depois do almoço não se deve só à digestão, mas também a uma queda de adrenalina que desacelera o ritmo cardíaco.

Movimento - entre 15h e 16h
A forma física encontra o seu apogeu no meio da tarde, ao mesmo tempo em que a capacidade intelectual diminui. Como não há produção de hormônios específicos nesse horário, os cronobiologistas ainda não encontraram uma explicação para o fato.

Rush - entre 18h e 19h
O organismo fica mais vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono a partir das 18h. Convém evitar os engarrafamentos. Nesse horário a atividade intelectual e o estado de vigilância atingem novo pico.

Happy hour - entre 20h e 21h
Quem costuma tomar aperitivo alcoólico antes do jantar deve saber que é o momento em que as enzimas do fígado estão menos ativas, o que faz com que se fique embriagado mais rápido.



Sono - a partir de 20h
A melatonina invade progressivamente o corpo a partir das 18h. Mas é às 20h que aparece o primeiro momento ideal para dormir, sucedido por outros iguais a cada duas horas.



Regeneração - entre 21h e 1h
Esta fase do sono é muito importante. Coincide com o pico da produção do hormônio do crescimento, indispensável para a renovação das células e a recuperação física. Esse hormônio permite que conhecimentos adquiridos na véspera sejam armazenados no cérebro.

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Praticamente todos os seres vivos mostram algum tipo de oscilação em seu comportamento e em suas funções orgânicas. Ao contrário do que se acreditava, essas oscilações não são meros reflexos das flutuações ambientais como a noite e o dia ou mesmo as estações do ano. Representam isso sim, a atuação de mecanismos bem conhecidos como "relógios biológicos".

Embora as primeiras idéias a respeito da possível existência de "relógios biológicos" tenham surgido no início do século XVIII, é apenas a partir de meados do século XX que a cronobiologia adquire a estatura de disciplina científica reconhecida internacionalmente. A cronobiologia é hoje assunto para cientistas de todo o mundo, como médico francês Yvan Touitou e, no Brasil, o Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, da USP.

Touitou utiliza em suas pesquisas a exposição à luz com pacientes portadores de depressão sazonal. O pesquisador francês salienta que este tipo de depressão pode ser curado pelo tratamento que tem se mostrado eficaz em 80% dos casos. “A luz é um regulador fundamental da produção de melatonina que atua por via retino-hipotálmica. Este hormônio é considerado um tradutor do sinal luminoso ao organismo, sinalizando dias curtos e dias longos”, diz. Segundo ele, a melatonina é a “doadora do tempo” que permite vivermos em harmonia com o meio-ambiente.

Os resultados das pesquisas no mundo todo já permitem definir os melhores períodos do dia para cada tipo de atividade, de acordo com os ciclos diários da produção natural de hormônios.



Hora para tudo

Despertar - entre 7h e 8h
A partir das 6h, o corpo produz um hormônio, o cortisol que tem papel importante nas respostas biológicas ao estresse, mobilizando o corpo e preparando-o para a atividade intensa. Entre 7h e 8h, a taxa de cortisol no corpo atinge a concentração máxima - faixa horária ideal para acordar com facilidade. Voltar a dormir é um erro. Por volta das 9h, o corpo começa a produzir endorfinas, que estimulam um sono pesado.



Prazer - entre 9h e 10h
A taxa de serotonina está em seu pico. O prazer experimentado só será aumentado. Boa hora também para ir ao dentista: as endorfinas, em alta nesse horário, são anestésicos naturais.

Trabalho - entre 10h e 12h
O estado de vigilância atinge o seu pico e a memória de curto prazo está mais ativa. Momento para refletir, discutir idéias e encontrar inspiração.

Descanso - entre 13h e 14 h
A moleza de depois do almoço não se deve só à digestão, mas também a uma queda de adrenalina que desacelera o ritmo cardíaco.

Movimento - entre 15h e 16h
A forma física encontra o seu apogeu no meio da tarde, ao mesmo tempo em que a capacidade intelectual diminui. Como não há produção de hormônios específicos nesse horário, os cronobiologistas ainda não encontraram uma explicação para o fato.

Rush - entre 18h e 19h
O organismo fica mais vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono a partir das 18h. Convém evitar os engarrafamentos. Nesse horário a atividade intelectual e o estado de vigilância atingem novo pico.

Happy hour - entre 20h e 21h
Quem costuma tomar aperitivo alcoólico antes do jantar deve saber que é o momento em que as enzimas do fígado estão menos ativas, o que faz com que se fique embriagado mais rápido.



Sono - a partir de 20h
A melatonina invade progressivamente o corpo a partir das 18h. Mas é às 20h que aparece o primeiro momento ideal para dormir, sucedido por outros iguais a cada duas horas.



Regeneração - entre 21h e 1h
Esta fase do sono é muito importante. Coincide com o pico da produção do hormônio do crescimento, indispensável para a renovação das células e a recuperação física. Esse hormônio permite que conhecimentos adquiridos na véspera sejam armazenados no cérebro.

Você sabe o que é cronobiologia?

Atualizado em 19 de março de 2008
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Praticamente todos os seres vivos mostram algum tipo de oscilação em seu comportamento e em suas funções orgânicas. Ao contrário do que se acreditava, essas oscilações não são meros reflexos das flutuações ambientais como a noite e o dia ou mesmo as estações do ano. Representam isso sim, a atuação de mecanismos bem conhecidos como “relógios biológicos”.

Embora as primeiras idéias a respeito da possível existência de “relógios biológicos” tenham surgido no início do século XVIII, é apenas a partir de meados do século XX que a cronobiologia adquire a estatura de disciplina científica reconhecida internacionalmente. A cronobiologia é hoje assunto para cientistas de todo o mundo, como médico francês Yvan Touitou e, no Brasil, o Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, da USP.

Touitou utiliza em suas pesquisas a exposição à luz com pacientes portadores de depressão sazonal. O pesquisador francês salienta que este tipo de depressão pode ser curado pelo tratamento que tem se mostrado eficaz em 80% dos casos. “A luz é um regulador fundamental da produção de melatonina que atua por via retino-hipotálmica. Este hormônio é considerado um tradutor do sinal luminoso ao organismo, sinalizando dias curtos e dias longos”, diz. Segundo ele, a melatonina é a “doadora do tempo” que permite vivermos em harmonia com o meio-ambiente.

Os resultados das pesquisas no mundo todo já permitem definir os melhores períodos do dia para cada tipo de atividade, de acordo com os ciclos diários da produção natural de hormônios.

Hora para tudo

Despertar – entre 7h e 8h
A partir das 6h, o corpo produz um hormônio, o cortisol que tem papel importante nas respostas biológicas ao estresse, mobilizando o corpo e preparando-o para a atividade intensa. Entre 7h e 8h, a taxa de cortisol no corpo atinge a concentração máxima – faixa horária ideal para acordar com facilidade. Voltar a dormir é um erro. Por volta das 9h, o corpo começa a produzir endorfinas, que estimulam um sono pesado.

Prazer – entre 9h e 10h
A taxa de serotonina está em seu pico. O prazer experimentado só será aumentado. Boa hora também para ir ao dentista: as endorfinas, em alta nesse horário, são anestésicos naturais.

Trabalho – entre 10h e 12h
O estado de vigilância atinge o seu pico e a memória de curto prazo está mais ativa. Momento para refletir, discutir idéias e encontrar inspiração.

Descanso – entre 13h e 14 h
A moleza de depois do almoço não se deve só à digestão, mas também a uma queda de adrenalina que desacelera o ritmo cardíaco.

Movimento – entre 15h e 16h
A forma física encontra o seu apogeu no meio da tarde, ao mesmo tempo em que a capacidade intelectual diminui. Como não há produção de hormônios específicos nesse horário, os cronobiologistas ainda não encontraram uma explicação para o fato.

Rush – entre 18h e 19h
O organismo fica mais vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono a partir das 18h. Convém evitar os engarrafamentos. Nesse horário a atividade intelectual e o estado de vigilância atingem novo pico.

Happy hour – entre 20h e 21h
Quem costuma tomar aperitivo alcoólico antes do jantar deve saber que é o momento em que as enzimas do fígado estão menos ativas, o que faz com que se fique embriagado mais rápido.

Sono – a partir de 20h
A melatonina invade progressivamente o corpo a partir das 18h. Mas é às 20h que aparece o primeiro momento ideal para dormir, sucedido por outros iguais a cada duas horas.

Regeneração – entre 21h e 1h
Esta fase do sono é muito importante. Coincide com o pico da produção do hormônio do crescimento, indispensável para a renovação das células e a recuperação física. Esse hormônio permite que conhecimentos adquiridos na véspera sejam armazenados no cérebro.