Van Summeren surpreende e conquista Paris-Roubaix

Atualizado em 11 de abril de 2011
Mais em

Por Tadeu Matsunaga

Johan Van Summeren (Garmin-Cervèlo) venceu a edição 2011 da Paris-Roubaix, após sobreviver de uma fuga protagonizada no início da prova, e surpreendeu e frustrou o plano dos favoritos para a conquista da clássica. Campeão da última edição, Fabian Cancellara (Leopard Trek) acabou na segunda colocação. Maarten Tjallingi (Rabobank) foi o terceiro.

Acidentes reduziram a quantidade de favoritos dentro da prova. Cancellara, Thor Hushovd (Garmin-Cervèlo) e Alessandro Ballan (BMC) lutaram pela vitória até o final, mas o trio não soube trabalhar para reduzir a vantagem de Summeren. Coube ao suíço, então, atacar e tentar realizar mais uma proeza em sua carreira, mas já era tarde demais.

Nas duas primeiras horas de prova, o pelotão manteve uma média de 45km/h e algumas tentativas de ataque aconteceram, incluindo o britânico Brad Wiggins (Sky), porém, nenhum bem sucedida. Em contrapartida, muitos acidentes também foram uma tônica da prova.

David Boucher (Omega Pharma-Lotto), Martin Elmiger (AG2R), Jimmy Engoulvent (Saur-Sojasun), Maarten Tjalingii (Rabobank), Mitchell Docker (Skil-Shimano), Nelson Oliveira (Radioshack), David Veilleux (Europcar) e Timon Seubert (Netapp) protagonizaram a primeira fuga do dia, com 100 km percorridos, e conseguiram pouco mais de um minuto de vantagem do pelotão.

André Greipel (Omega Pharma-Lotto) juntamente com Koen de Kort (Skil-Shimano) e Gorazd Stangelj (Astana) uniram-se aos escapados seis quilômetros depois, enquanto Oliveira passou a sobrar entre o grupo da fuga. Os dez ciclistas escapados alcançaram 2min40s em relação ao grupo principal.

Com a chegada dos pavês em Arenberg, o pelotão acelerou o ritmo e passou a buscar os escapados. Em conpensação, inúmeros acidentes ocorreram dentro do pelotão, com Haussler e Roger Hammond sendo os principais prejudicados. George Hincapie, da BMC, com um furo também ficou fora da disputa. Enquanto isso, Elmiger e Tjallingii lideravam a fuga no sinuoso e complicado asfalto de Arenberg, com pouco menos de dois minutos sobre o pelotão.

Na famosa passagem pela floresta, Geraint Thomas (Sky), com problemas na roda, recebeu auxílio do companheiro Wiggins, que lhe cedeu o pneu da bicicleta. Tom Boonen (Quick Step), um dos favoritos e com o sonho de igualar o recorde de quatro vitórias de Roger De Vlaeminck, também acabou prejudicado por um problema na corrente e perdeu muito tempo até retornar a prova com um novo equipamento. Bjorn Leukemans (Vacansoleil-DCM) e Sylvain Chavanel (Quick Step) também enfrentaram dificuldades.

Lars Boom (Rabobank), Johan Van Summeren (Garmin-Cervélo), Jurgen Roelandts (Omega Pharma-Lotto), Baden Cooke (Saxo Bank-Sungard), Lars Bak (HTC-Highroad), Matthew Hayman (Sky), Manuel Quinziato (BMC) e Fréderic Guesdon (FDJ), todos em um grupo de perseguição, trabalhavam para alcançar a fuga.

Boonen, dessa vez, acabou prejudicado por um acidente provocado por um ciclista da Rabobank. Na espera por mais uma bicicleta, suas chances de título e de entrar para a história foram anuladas. Já seu companheiro Chavanel conseguiu alcançar o pelotão principal, com 190 km de prova, mas sofreu uma queda pouco depois e revelou um dia sem sorte da Quick Step, sem seus dois principais ciclistas.

Após o caos na floresta de Arenberg, um contra-ataque com John Degenkolb (HTC-Highroad), Grégory Rast (Radioshack), Tom Leezer (Rabobank) e Gabriel Rasch (Garmin-Cervélo) movimentou o pelotão e reduziu a vantagem dos escapados.

Com 60 km para a meta, 21 ciclistas faziam parte da fuga e tinham 1m30s sobre o pelotão principal, que a esta altura tinha como principais nomes Cancellara, Ballan e O´Grady. Peter Sagan (Liquigas) e Filippo Pozzato (Katusha) foram outros que abandonaram a prova.

Em Mons-en-Pévèle, Tomas Vaitkus (Astana) e Sep Vanmarcke (Garmin-Cervélo) atacaram e esfacelaram o grupo principal, com apenas Cancellara, Hushovd, Flecha e Ballan seguindo juntos.

Enquanto isso, diversos ciclistas perdiam contato com o grupo principal. Vtaikus e Vanmarcke logo foram neutralizados e um bloco restrito seguiu em busca da fuga, a essa altura com uma vantagem de um minuto, a 40 km da meta. Em Pont-Thibaut à Ennevelin, Cancellara lançou seu ataque, com Hushovd e Ballan em sua roda.

Os ataques no grupo da frente estavam intensos. Atrás deles, não houve colaboração na perseguição de elite. Cancellara não recebeu apoio de Hushovd ou Ballan, com isso alguns ciclistas uniram-se ao trio na região de Cysoing.

Em Camphin-en-Pévèle, o ciclista dinamarquês Bak atacou e foi acompanhado por Rast, Tjallingii e Van Summeren. Enquanto isso, no grupo perseguidor, Cancellara saltou à frente em busca da vitória, acompanhado por Hushovd.

Ao mesmo tempo, Van Summeren arriscou um ataque no grupo da frente e seguiu solitário. Tjallingii iniciou a perseguição, mas não conseguiu neutralizar o belga. Cancellara conseguiu superar Tjallingii e Bak, mas não foi capaz de impedir o triunfo de Van Summeren.

Classificação

1 Johan Van Summeren (Bel) Team Garmin-Cervelo 6:07:28
2 Fabian Cancellara (Swi) Leopard Trek 0:00:19
3 Maarten Tjallingii (Ned) Rabobank Cycling Team
4 Grégory Rast (Swi) Team RadioShack
5 Lars Ytting Bak (Den) HTC-Highroad 0:00:21
6 Alessandro Ballan (Ita) BMC Racing Team 0:00:36
7 Bernhard Eisel (Aut) HTC-Highroad 0:00:47
8 Thor Hushovd (Nor) Team Garmin-Cervelo
9 Juan Antonio Flecha Giannoni (Spa) Sky Procycling
10 Mathew Hayman (Aus) Sky Procycling