Uso de luvas pode reduzir dormência durante a pedalada

Atualizado em 15 de julho de 2011
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A dormência nas mãos é um limitante para praticantes de ciclismo competitivo ou amador. Alguns aspectos afetam a ocorrência de dormência, como a posição das mãos no guidão e o uso de luvas.

Recentemente, um estudo realizado nos Estados Unidos (Slane,Timmerman et al., in press) avaliou a influência do uso de luvas e da adoção de diferentes posições da mão no guidão sobre a pressão exercida nas mãos de ciclistas. Atenção especial neste estudo foi dada a região hipotenar (borda proximal e medial da palma da mão), na qual estão localizados os ramos do nervo ulnar.

Os autores observaram que o uso de luvas pode reduzir ate 29% a pressão na mão e consequentemente a compressão no nervo ulnar. O tipo de material foi determinante, sendo a luva de espuma mais eficiente do que a luva de gel (~9%) para a redução da pressão na mão.

A posição das mãos no guidão também foi um fator determinante. Quando pedalando com as mãos na parte mais baixa do guidão em posição aerodinâmica (drops), o aumento na pressão nas mãos foi na ordem de 32%, estando associado a um aumento do peso corporal deslocado para os membros superiores (~4%).

A posição que resultou em menor pressão foi quando as mãos foram posicionadas próximas aos freios (hoods), sendo esta 10% menos agressiva para as mãos comparada à posição das mãos na barra horizontal do guidão (Figura 1).

 
Figura 1. Posição das mãos adotada por Slane e colaboradores (in press).

Independente das reduções na pressão, os autores relatam que a magnitude dos valores de pressão quando projetados para um percurso longo são prejudiciais para a saúde das raízes nervosas. Desta forma, juntamente com o uso de luvas de espuma, a mudança de posição das mãos de forma frequente deve ser adotada para reduzir a pressão nas mãos durante a pedalada.

REFERÊNCIAS
Slane, J., M. Timmerman, et al. The influence of glove and hand position on pressure over the ulnar nerve during cycling. Clinical Biomechanics, v.26, n.6, p.642-648. in press.