Um brasileiro na Race Across America 2009

Atualizado em 25 de março de 2009
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A partir desta coluna irei relatar um pouco sobre uma competição de ciclismo de longa duração denominada a prova mais agonizante do mundo dentre todos os esportes, a RACE ACROSS AMERICA.

Para que um atleta possa se aventurar a enfrentar esta competição o mesmo terá que se classificar em alguma de suas seletivas pelo mundo, sendo a no Brasil realizada em Fortaleza, no Desafio 24H.

Além disso, o atelta terá que passar pela pior barreira do evento, que acredito ser um problema nacional a todos os atletas, mas neste caso ela se torna decisiva – o PATROCÌNIO – que nos dias de hoje está em extinção em nosso país, por causa da famosa “CRISE FINANCEIRA”.

A prova consiste na travessia dos Estados Unidos, da costa oeste para costa leste, ou melhor, do oceano pacífico para o oceano atlântico em menos de 12 dias e 5 horas, e na categoria feminina em 13 dias e 5 horas.

O Brasil possui dois atletas que ja conseguiram completar esta competição e na categoria feminina teremos neste ano uma tentativa com Daniela Genovesi, que bravamente tentará ser a 1ª mulher a completar este desafio.

Neste ano, eu também tentarei completar minha segunda participação, objetivando melhorar minha classificação.
Se tratando de RAAM é difícil você pensar em classificação, pois tudo pode alterar durante a travessia, tenhamos por base as 3000 millhas, o que se aproxima de 5000 km, divididos pelo número de dias possível para a conclusão, que são 12, isso nos dará uma bagatela de mais ou menos 416 km rodados por dia para que se possa completar na data limite, uma matemática nada fácil de ser cumprida.

Aprendi nesta prova que 70% dela é sua mente e 30% seu físico, mas perceba que nestes 30% da prova estão inclusos 5000 km, agora imagine os 70% o que você terá que passar psicologiamente para a conclusão. Porém, tenho que colocar num patamar bem alto a equipe de apoio, pois é ela que irá conduzir a performance do atleta nos momentos mais críticos da prova, onde o mesmo abondona o seu corpo e fica suscetível a qualquer incidencia psicológica ou física, apresentadas durante o trajeto.

As opções de treinamento para uma competição de tal gabarito se tornam muito individuais, pois cada atleta responde de maneira diferente às intemperes previstas, mas uma coisa é certa, na categoria solo o atleta terá que rodar muito, mas muito mesmo, pois seu lastro ciclistico deverá ser extenso, para que não se surpreenda em nenhum momento da prova.

O histórico esportivo neste instante conta muito, não necessáriamente ciclístico e sim esportivo, pois as vivências passadas lhe darão maior segurança ao passar dos dias e das dificuldades, talvez por este dado, a prova tenha em sua história uma grande incidência de atletas com idades acima de 35 anos.

Completar a RAAM é com certeza uma marca digna de louros e uma experiência de vida ímpar a ser vivida, ja me deparei com mudanças extraordinárias em pessoas que a enfretaram e descobriram que precisamos relevar muitas situações do nosso cotidiano para podermos viver melhor.

Em breve contarei um pouco mais dos relatos de treinamento para esta prova.

Até Breve.