Um ano histórico

Atualizado em 14 de março de 2008
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Por Daniel Balsa

O 18º Troféu Brasil de Triathlon terá início neste domingo, 16 de março, e pode marcar o início de um ano histórico para Carla Moreno. A triatleta pode conquistar o heptacampeonato do circuito, superando a brasileira Fernanda Keller.

O ano de 2008 será marcante de qualquer forma para Carla, com título ou sem título. Nesta temporada, ela inicia uma nova fase em sua carreira. A triatleta começa a treinar para disputar provas mais longas e já confirmou sua presença em um Ironman 70.3, que servirá de preparação para o seu novo objetivo: o Mundial de Ironman do Havaí.

Disposição parece que não faltará a Carla Moreno, que desistiu de disputar sua terceira Olimpíada para focar somente em sua nova meta. Veja entrevista exclusiva para o Prólogo:

Prólogo: Carla, domingo começa o Troféu Brasil, que pode lhe dar o recorde de maior vencedora da competição. Preparada para este feito? O que deve ser feito para o título?
Carla Moreno:
Não posso estar 100% sempre, mas faço algumas provas quando estou mais cansada e outras quando estou mais descansada durante o ano. Para o campeonato, é importante a regularidade ao decorrer da temporada.

Prólogo: Além do Troféu Brasil, você disse que seu objetivo é fazer o Ironman 70.3, pois sonha com o Mundial do Havaí. Como vão ser os treinos para conciliar o triathlon olímpico e as competições de longa distância?
CM:
Meu treino aumentou significativamente esse ano. É uma adaptação do olímpico para o meio Iron (Ironman 70.3). Com os treinos longos, quando faço uma prova olímpica, sinto uma felicidade maior, porque termina mais rápido (risos) e eu ainda estou me adaptando aos treinos de maior duração.

Prólogo: Aliás, quando você acha que estará em condições para disputar o Mundial do Havaí?
CM:
Quando estiver me sentindo muito bem nos treinos longos e tiver com uma boa base, pois é uma coisa que ainda não aconteceu. É, na verdade, a primeira vez que faço uma base e está sendo muito bem elaborada. Méritos ao Marcos Paulo Reis e o San Palma, meus treinadores.

Prólogo: Este ano é ano de Olimpíada, objetivo que você desistiu em detrimento do Ironman. Por qual motivo você depois Pequim de lado? Não daria para esperar um pouquinho mais e representar o Brasil nos Jogos?
CM:
Acho que cada atleta tem um sonho. Eu tinha um sonho de ir para os Jogos e fui. Não foi só uma vez, foram duas. A partir daí, meu sonho mudou. Vivo de desafios, meu sonho então era brigar por uma medalha. Sou realista, as condições que tinha para a disputa da mesma, segundo minha equipe técnica, não era compatível (a preparação) com a verba que eu tinha disponível hoje. Então, como eu também tinha um sonho de ir ao Havaí, resolvemos mudar agora, porque agora era hora.

Eu tenho de aproveitar que sou nova (31 anos), que tenho vontade e vou correr atrás do que eu quero e do que eu posso construir no meu futuro. Sei que fui muito criticada por isso (desistir da Olimpíada), mas isso não me importa. A CBTri sempre fez o que pode e meus patrocinadores também. Infelizmente, faço um esporte caro e para eu sobreviver tenho que lutar muito. Penso em meu futuro, porque não vou ser profissional minha vida toda, então tenho que lutar para o dia de amanhã. Ficarei na torcida! Sei que o Brasil será bem representado e também tenho certeza que fiz a escolha certa.