Treinamento psicológico faz diferença também para amadores

Atualizado em 08 de abril de 2011
Mais em

Mais do que pensar na prova, na distância, em ritmos/médias e nos treinos, é muito importante que todo atleta aprenda a trabalhar algo que faz diferença não só na competição, como também para encarar a desgastante rotina do dia-a-dia: o fator psicológico.

Já ouvimos falar que para atletas de ponta ele é fundamental e faz toda a diferença. Porém, não é tão comum escutarmos a importância dessa questão para nós, atletas amadores com outras tantas prioridades no cotidiano. Mas acredite, o fator psicológico ajuda, e muito!

Cansamos de ouvir as reclamações de que o trânsito está complicado, que o ritmo de trabalho só vem aumentando, que as cobranças e problemas são cada vez mais complexos e demandam mais de nós. Mas o que fazemos para encarar isso e ainda a rotina de treinos e de provas que colocamos para nos “motivar”? Fazer com que a cabeça funcione a nosso favor é um grande aliado para que, lá na frente, o resultado seja mais positivo.

A psicóloga esportiva, Roberta Lobato defende que, para poder extrair o seu máximo potencial, é imprescindível que além de estar treinado fisicamente, você também deva estar treinado psicologicamente. “Deixar o corpo e a mente trabalharem juntos é fundamental para que alcance o seu máximo e, em muitos casos, se supere”.

“Assim como treinos de corrida, bike, natação, fortalecimento ou qualquer outra atividade, existem muitos exercícios que podem ser feitos no dia-a-dia durante as atividades que lhe darão resultado e força para encarar todas as dificuldades que possam aparecer”, completa Roberta.

Quem, que na largada de uma prova, em poucos segundos não faz uma ‘retrospectiva’ em forma de filminho sobre os últimos meses de dedicação, abdicação e superação? Ou que em um momento de dificuldade na prova não teve que tirar forças ou retomar a concentração?

Grandes atletas, como o nadador recordista Cesar Cielo, aprenderam na prática a importância de ter um acompanhamento psicológico para que no dia da competição, você nem se lembre de nada, não tenha que se preocupar em pensar nisso ou naquilo e sim, deixar o corpo e a mente 100% voltados a produzir, a fazer aquilo para que foram treinados a fazer. O ex-técnico de Cielo, o australiano Brett Hawke, que o levou a conquistar títulos como o campeonato mundial e olimpíadas, fez com que ele tivesse um acompanhamento psicológico quase que diário quando estava na fase de treinamento para as Olimpíadas de 2008 em Pequim.

Em provas de triathlon, nas quais ocorrem a mudança das três modalidades e temos uma variedade enorme de fatores externos que podem facilitar ou dificultar a prova, é importante que o atleta esteja muito concentrado, que sua mente trabalhe a seu favor fazendo com que não tenha altos e baixos ou que os baixos não sejam tão baixos a ponto de comprometer seu resultado.

Muitas vezes os triatletas ouvem frases do tipo: “nossa, estou cansado só de ouvir”, “como você consegue?”, “e nas horas vagas você trabalha?” e outras tantas que são escutadas semanalmente. O interessante é que, assim como qualquer outro atleta que se dedique muito a uma atividade além do trabalho, ela precisa de disciplina e de muito jogo de cintura para saber lidar com o tempo corrido (e não falta dele), conciliar família, amigos, trabalho, viagens e muitos mais. Em alguns casos o suporte psicológico vem para ajudar a colocar as prioridades em ordem, fazer com que o atleta saiba lidar com as adversidades e que equilibre a motivação e o estado de euforia, nos diferentes momentos.

A psicóloga Roberta Lobato ainda adverte: “Um atleta é feito no dia-a-dia, através de estímulos e repetições. Para estar mais forte psicologicamente, ele também tem que passar por situações duras e mais complexas”. Agora é hora de parar e analisar sua rotina e ver se, de fato, você está dando a devida atenção ao seu estado de espírito, ao seu lado emocional, psicológico. É com ele bem trabalhado que você chegará mais longe.

Confira artigos anteriores: