Treinamento progressivo

Atualizado em 31 de março de 2020
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Por Maurício Belfante

Buscar variações de treinamentos é a melhor forma de conseguir resultados satisfatórios durante as competições. O treino progressivo é uma destas mudanças necessárias na rotina de preparação. Correr com um aumento gradual de esforço pode ser o melhor segredo para completar provas em um menor tempo e com um menor esforço físico.

“O treino progressivo faz o organismo se adaptar ao esforço que será exigindo, agindo de uma forma menos sofrida. Alguns corredores, por começarem uma prova mais rápido que o normal, sofrem com o declínio de produção mais na frente. Mas esse treino gradual faz o atleta correr de forma mais `correta´”, afirma Miguel Sarkis, diretor técnico da assessoria esportiva que leva seu nome e colunista do site O2 Por Minuto.

Treino intermediário, compatível para qualquer tipo de corredor, mas principalmente para aqueles que estão saindo da base e passando para o pré-competitivo, o trabalho evolutivo é bastante usado por corredores de alto nível, que fazem a primeira metade da prova de forma mais “lenta” e depois aceleram o ritmo buscando melhor desempenho.

Objetivos
Produtivo e agradável, o treino progressivo traz diversos benefícios, mas gera melhora em dois aspectos principais: o técnico e o fisiológico. O objetivo técnico consiste no domínio da corrida, fazendo com que o esportista consiga impor seu ritmo mais facilmente, além de compreender a sensação de correr.

“Esse objetivo faz com que o corredor consiga dominar a corrida, que tenha percepção da sua velocidade. É bem importante para quem irá correr a São Silvestre, já que muitos começam rápido demais e acabam quebrando no meio da prova”, afirma Professor Zeca, diretor técnico da Z.Track.

Já o objetivo fisiológico é trabalhar as diversas faixas de frequência cardíaca que a corrida pode promover, resultando em um melhor condicionamento físico, além de um auto-conhecimento mais aguçado.

Pra rua!
Mesmo com tantos benefícios, o treinamento ritmado, como também é chamado, é mais simples de se fazer do que parece. “Em um treino de aproximadamente uma hora, o corredor pode variar bastante o seu ritmo e, se possível, acompanhar os seus batimentos cardíacos. Se o atleta é capaz de fazer um quilômetro para quatro minutos, pode começar a correr para quem faria em quatro minutos e meio, assim aumentando o seu ritmo a cada dois quilômetros”, diz Sarkis.

Isso visa também mostrar para o atleta seu ritmo ideal de corrida, já que experimentando o treino em várias velocidades ele consegue perceber melhor em qual se sente bem. “Mesmo não sendo um treino regenerativo, o treino progressivo pode ser realizado constantemente, sendo sempre um treino que trará enormes benefícios”, finaliza Zeca.