Treinamento mental na corrida

Atualizado em 18 de agosto de 2011
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*Daniela Lago Chaves Koerbel

Com a proximidade do maior evento esportivo de futebol, que é a Copa do Mundo de 2014, muito tem-se falado de qualidade de vida e da importância do esporte na vida das pessoas. E, desde então, tem-se “olhado” para outras modalidades esportivas com curiosidade e apreço.

Uma das modalidades que está se tornando “tendência nacional” é o atletismo, em especial as corridas de rua. Cada dia observa-se mais novidades nesse nicho esportivo. O que quero dizer é que há variedade de corridas de rua, ou seja, elas podem ser de aventura, maratona, ultramaratona, corridas de curta e média distância e, além disso, podem ser diurnas, vespertinas e noturnas.

Diante deste cenário, e pela aproximação da estação da primavera (clima mais ameno), é possível afirmar que tem aumentado o número de iniciantes à atividades esportivas e físicas, em especial as corridas de rua. Assim, é muito comum avistar pessoas fazendo seus treinos indoor (nas academias, clubes e centros esportivos) e até mesmo outdoor (nas ruas).

É importante ressaltar que qualquer que seja a modalidade esportiva é essencial que seus praticantes façam um planejamento, ou seja, é necessário que se trace estratégias de treino e que as executem, de preferência, com uma certa assiduidade.

Todavia, são comuns os corredores que não respeitam os próprios limites, sobrecarregando-o, seja em treinos intensos e desgastantes, seja na participação em um grande número de corridas. Assim, a modalidade esportiva, ao invés de trazer benefícios físicos e mentais, traz malefícios somáticos e psicológicos.

Com isso, poder-se-ia afirmar que existe um limiar do que é saudável e do que é patológico na prática esportiva?

Bem, o que se pode afirmar é que deve haver um equilíbrio tanto no que diz respeito aos treinos quanto às competições. Muitas vezes, corredores de alta performance, inclusive com acompanhamento técnico, falham consigo mesmos, uma vez que se excedem no volume de corridas. Isso pode acarretar prejuízos psicossomáticos ou lesões físicas e emocionais sérias.

As lesões físicas se apresentam geralmente sob a forma de fraturas por estresse, lesões meniscais, ligamentares, musculares, ou até mesmo por desgaste cartilaginoso. Já as lesões emocionais se apresentam sob a forma de raiva, fadiga, tristeza, desânimo, confusão, sentimento de incerteza e frustração.

Além dos supramencionados “excessos”, existem aqueles corredores que não treinam nunca, nem ao menos fazem fortalecimento muscular. Aqueles que, sem condicionamento algum para a prática esportiva, aventuram-se nas pistas e, por conseguinte, estão igualmente suscetíveis a lesões e até mesmo graves problemas físicos e emocionais.

Desta feita, é fundamental que tanto um profissional de educação física quanto um psicólogo do esporte façam um trabalho em conjunto com o atleta amador ou de elite e até mesmo o iniciante de atividade física e esportiva. Assim, é essencial afirmar que tanto o treinamento físico quanto o emocional devem ser cuidadosamente articulados e desempenhados para que a corrida seja fonte de prazer e realização e não de frustração.
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*Psicóloga do Esporte – CRP 08/10496
*Colaboradora da Comissão de Psicologia do Esporte do Cons. Regional de Psicologia do Paraná
*Colaboradora do Grupo de Mestrado da UFPR em Psicofisiologia do Esporte e do Exercício – LAPPES/UFPR
*Consultora em Psicologia do Esporte