Por Cristina Abrami*

Nesses últimos anos, vários estudos e pesquisas têm evidenciado a importância do treinamento de várias habilidades e capacidades físicas complementares para a aquisição do melhor desempenho na corrida, seja para profissionais ou amadores.

O cuidado com o bem-estar, o alívio de tensões e a prevenção de lesões tem sido alvo de todos os corredores. Dentro desse propósito, quanto mais específicos forem os objetivos a serem alcançados pelo atleta e quanto maior o nível de excelência que se pretende atingir, maior será o grau de planejamento do treinamento e, conseqüentemente, maior deverá ser o nível de entrosamento entre o treinador de corrida e o instrutor de pilates.

Vamos observar em quais etapas do treinamento Pilates pode ser introduzido e com quais objetivos:

Se considerarmos um corredor amador, que tem como objetivo a manutenção da saúde, o prazer da atividade física e a melhora de desempenho sem o compromisso com a alta performance, o Pilates poderá se desenvolver paralelamente aos treinos como um programa progressivo de autoconhecimento e reeducação postural.

Neste caso, os objetivos são a manutenção da saúde, através da pratica de uma série específica de exercícios especialmente elaborados para desenvolver uma musculatura equilibrada, forte e alongada; a busca do equilíbrio, coordenação, controle e fluidez de movimentos, desafiando progressivamente o atleta com exercícios de maior complexidade que exigem mais força e controle, em bases de apoios cada vez menores e instáveis.

Já para um atleta de elite, o treinamento de Pilates deverá se inserir nos objetivos específicos dentro a periodização do treinamento geral e, embora possa ser realizado ao longo de todo o processo de preparação, deverá ser planejado em conjunto com o técnico de corrida para que possa otimizar esse processo e priorizar o objetivo final.

Embora outros métodos possam e devam ser utilizados durante todo o ciclo de treinamento, Pilates atende de forma excepcional à demanda de treinamento de força resistida e flexibilidade ao longo desse processo. Além de ser uma atividade prazerosa e desafiante, rompe com o paradigma de trabalhar músculos de forma isolada, garantindo o equilíbrio de todo o corpo, além de trabalhar a concentração e o autocontrole, diminuindo as chances do atleta sofrer lesões desnecessárias e otimizar seu rendimento.

O êxito deste trabalho depende fundamentalmente do fino entrosamento entre técnico e instrutor de pilates, ambos engajados num objetivo comum. Ao atleta, os benefícios são a otimização do rendimento, aliada à saúde, e uma excelente qualidade de vida!

* Cristina Abrami é fundadora e Diretora Técnica do CGPA Pilates. Formada em Educação Física pela USP, é certificada no Método Pilates pelo Physicalmind Institute dos EUA. Possui selo internacional de Certified Pilates Teacher pela PMA – Pilates Method Alliance – que atesta a qualificação de profissionais em todo o mundo. www.cgpapilates.com.br