<font face= A importância da técnica de pedalada no ciclismo tem sido indicada na literatura como uma das grandes responsáveis pelo incremento do desempenho competitivo, sendo relacionada muitas vezes com uma maior economia de movimento. Dentre os fatores que afetam a técnica de pedalada encontram-se a fadiga, o tipo predominante de fibra muscular, a intensidade do exercício, a cadência de pedalada, a modalidade do ciclismo envolvida, o tempo de experiência, etc.

Exemplo disso é um estudo publicado pelo nosso grupo em 2006 que mostra diferenças na mecânica de pedalada entre mountain-bike e estrada quando avaliamos a cinemática de pedalada (basicamente ângulos articulares). Treinar e aperfeiçoar a técnica de pedalada perante estas situações tem sido alvo de diversos pesquisadores na busca de estratégias que otimizem a aplicação de força no pedal.

Uma das ferramentas para análise da técnica de pedalada têm sido os pedais instrumentados, dotados de sensores de força que são fixados na estrutura do pedal a fim de registrar a magnitude da força aplicada no pedal, seja ela vertical (normal), para frente/trás (ântero-posterior), ou lateralmente (médio lateral). As mais usadas em termos de avaliação do desempenho no ciclismo tem sido as duas primeiras. A última tem sido utilizada predominantemente em processos reabilitativos. No entanto, estes pedais não são disponíveis para venda, sendo a grande maioria deles desenvolvidos em laboratórios de pesquisa específicos que se dedicam ao estudo do ciclismo.

O que fazer então para tentar aperfeiçoar a sua técnica de pedalada durante os treinamentos?

Um fator importante para a técnica é a cadência. Cadências altas são as preferidas pelos atletas porque minimizam a sensação de esforço e fadiga em função de requererem menores valores de potência média, apesar de serem por vezes as responsáveis por um maior gasto de energia. Afinal, o que importa é chegar primeiro em uma competição, seja gastando mais ou menos energia. Logo, atletas que ainda não têm capacidade de manter altas cadências devem se preocupar com isso.

Outras estratégias de treinamento podem ser adotadas. Dentre elas encontra-se o treinamento de força realizado especificamente sobre a bicicleta, com a utilização de baixas cadências (70 - 80 rpm) e combinadas com uma alta carga de trabalho (marchas na bicicleta ou ajustada quando dispondo de um cicloergômetro). Na rua, isso pode ser feito em uma subida íngreme. Além de um tempo maior para a aplicação de força nos pedais, dar a direção certa para a força em determinadas etapas do ciclo do pé-de-vela também pode ser aprendida pelo ciclista.

A máxima concentração/atenção durante este tipo de treinamento é necessária a fim de se obter uma maior sensibilidade corporal para a forma como a força é aplicada no pedal. O treino em rolo pode ser uma boa estratégia, pois permite ao atleta total concentração no exercício, sem paradas ou mudanças de percurso.

Quanto aos reflexos destas variações de treinamento sobre a economia de energia (economia de movimento) e sobre o quanto realmente é aproveitado da força que é aplicada no pedal (efetividade da pedalada), espera-se o aprimoramento constante das mesmas, por meio de adaptações técnicas e fisiológicas do movimento a diferentes níveis de esforço. Destacamos que algumas citações neste pequeno artigo são hipóteses de nosso grupo quanto ao treinamento da técnica de pedalada. O sucesso ou não desta estratégia cabe de responsabilidade do próprio atleta ou treinador pelo fato de algumas questões ainda não terem sido comprovadas cientificamente.
"/>Foto:  A importância da técnica de pedalada no ciclismo tem sido indicada na literatura como uma das grandes responsáveis pelo incremento do desempenho competitivo, sendo relacionada muitas vezes com uma maior economia de movimento. Dentre os fatores que afetam a técnica de pedalada encontram-se a fadiga, o tipo predominante de fibra muscular, a intensidade do exercício, a cadência de pedalada, a modalidade do ciclismo envolvida, o tempo de experiência, etc.

Exemplo disso é um estudo publicado pelo nosso grupo em 2006 que mostra diferenças na mecânica de pedalada entre mountain-bike e estrada quando avaliamos a cinemática de pedalada (basicamente ângulos articulares). Treinar e aperfeiçoar a técnica de pedalada perante estas situações tem sido alvo de diversos pesquisadores na busca de estratégias que otimizem a aplicação de força no pedal.

Uma das ferramentas para análise da técnica de pedalada têm sido os pedais instrumentados, dotados de sensores de força que são fixados na estrutura do pedal a fim de registrar a magnitude da força aplicada no pedal, seja ela vertical (normal), para frente/trás (ântero-posterior), ou lateralmente (médio lateral). As mais usadas em termos de avaliação do desempenho no ciclismo tem sido as duas primeiras. A última tem sido utilizada predominantemente em processos reabilitativos. No entanto, estes pedais não são disponíveis para venda, sendo a grande maioria deles desenvolvidos em laboratórios de pesquisa específicos que se dedicam ao estudo do ciclismo.

O que fazer então para tentar aperfeiçoar a sua técnica de pedalada durante os treinamentos?

Um fator importante para a técnica é a cadência. Cadências altas são as preferidas pelos atletas porque minimizam a sensação de esforço e fadiga em função de requererem menores valores de potência média, apesar de serem por vezes as responsáveis por um maior gasto de energia. Afinal, o que importa é chegar primeiro em uma competição, seja gastando mais ou menos energia. Logo, atletas que ainda não têm capacidade de manter altas cadências devem se preocupar com isso.

Outras estratégias de treinamento podem ser adotadas. Dentre elas encontra-se o treinamento de força realizado especificamente sobre a bicicleta, com a utilização de baixas cadências (70 - 80 rpm) e combinadas com uma alta carga de trabalho (marchas na bicicleta ou ajustada quando dispondo de um cicloergômetro). Na rua, isso pode ser feito em uma subida íngreme. Além de um tempo maior para a aplicação de força nos pedais, dar a direção certa para a força em determinadas etapas do ciclo do pé-de-vela também pode ser aprendida pelo ciclista.

A máxima concentração/atenção durante este tipo de treinamento é necessária a fim de se obter uma maior sensibilidade corporal para a forma como a força é aplicada no pedal. O treino em rolo pode ser uma boa estratégia, pois permite ao atleta total concentração no exercício, sem paradas ou mudanças de percurso.

Quanto aos reflexos destas variações de treinamento sobre a economia de energia (economia de movimento) e sobre o quanto realmente é aproveitado da força que é aplicada no pedal (efetividade da pedalada), espera-se o aprimoramento constante das mesmas, por meio de adaptações técnicas e fisiológicas do movimento a diferentes níveis de esforço. Destacamos que algumas citações neste pequeno artigo são hipóteses de nosso grupo quanto ao treinamento da técnica de pedalada. O sucesso ou não desta estratégia cabe de responsabilidade do próprio atleta ou treinador pelo fato de algumas questões ainda não terem sido comprovadas cientificamente.

Treinamento da técnica de pedalada

Atualizado em 22 de março de 2008
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 A importância da técnica de pedalada no ciclismo tem sido indicada na literatura como uma das grandes responsáveis pelo incremento do desempenho competitivo, sendo relacionada muitas vezes com uma maior economia de movimento. Dentre os fatores que afetam a técnica de pedalada encontram-se a fadiga, o tipo predominante de fibra muscular, a intensidade do exercício, a cadência de pedalada, a modalidade do ciclismo envolvida, o tempo de experiência, etc.

Exemplo disso é um estudo publicado pelo nosso grupo em 2006 que mostra diferenças na mecânica de pedalada entre mountain-bike e estrada quando avaliamos a cinemática de pedalada (basicamente ângulos articulares). Treinar e aperfeiçoar a técnica de pedalada perante estas situações tem sido alvo de diversos pesquisadores na busca de estratégias que otimizem a aplicação de força no pedal.

Uma das ferramentas para análise da técnica de pedalada têm sido os pedais instrumentados, dotados de sensores de força que são fixados na estrutura do pedal a fim de registrar a magnitude da força aplicada no pedal, seja ela vertical (normal), para frente/trás (ântero-posterior), ou lateralmente (médio lateral). As mais usadas em termos de avaliação do desempenho no ciclismo tem sido as duas primeiras. A última tem sido utilizada predominantemente em processos reabilitativos. No entanto, estes pedais não são disponíveis para venda, sendo a grande maioria deles desenvolvidos em laboratórios de pesquisa específicos que se dedicam ao estudo do ciclismo.

O que fazer então para tentar aperfeiçoar a sua técnica de pedalada durante os treinamentos?

Um fator importante para a técnica é a cadência. Cadências altas são as preferidas pelos atletas porque minimizam a sensação de esforço e fadiga em função de requererem menores valores de potência média, apesar de serem por vezes as responsáveis por um maior gasto de energia. Afinal, o que importa é chegar primeiro em uma competição, seja gastando mais ou menos energia. Logo, atletas que ainda não têm capacidade de manter altas cadências devem se preocupar com isso.

Outras estratégias de treinamento podem ser adotadas. Dentre elas encontra-se o treinamento de força realizado especificamente sobre a bicicleta, com a utilização de baixas cadências (70 – 80 rpm) e combinadas com uma alta carga de trabalho (marchas na bicicleta ou ajustada quando dispondo de um cicloergômetro). Na rua, isso pode ser feito em uma subida íngreme. Além de um tempo maior para a aplicação de força nos pedais, dar a direção certa para a força em determinadas etapas do ciclo do pé-de-vela também pode ser aprendida pelo ciclista.

A máxima concentração/atenção durante este tipo de treinamento é necessária a fim de se obter uma maior sensibilidade corporal para a forma como a força é aplicada no pedal. O treino em rolo pode ser uma boa estratégia, pois permite ao atleta total concentração no exercício, sem paradas ou mudanças de percurso.

Quanto aos reflexos destas variações de treinamento sobre a economia de energia (economia de movimento) e sobre o quanto realmente é aproveitado da força que é aplicada no pedal (efetividade da pedalada), espera-se o aprimoramento constante das mesmas, por meio de adaptações técnicas e fisiológicas do movimento a diferentes níveis de esforço. Destacamos que algumas citações neste pequeno artigo são hipóteses de nosso grupo quanto ao treinamento da técnica de pedalada. O sucesso ou não desta estratégia cabe de responsabilidade do próprio atleta ou treinador pelo fato de algumas questões ainda não terem sido comprovadas cientificamente.