Por Juliana Saporito

Indisposição, sensação de fraqueza, dificuldade de concentração e falta de apetite. Sintomas que normalmente são associados ao estresse, cansaço por excesso de trabalho ou vertigem passageira, podem indicar um problema sério, que requer tratamento imediato: a anemia.

Ela costuma ser dividida em dois tipos mais comuns: a causada por problemas genéticos, que requer tratamento e medicação especializados, e a chamada “anemia clássica”, caracterizada pela deficiência de ferro e ácido fólico no organismo.

Em qualquer dos casos, a preocupação maior não está na apresentação da anemia, mas em sua causa. “A manifestação da anemia é causada por um outro problema, que pode ser renal, intestinal ou até mesmo vascular”, explica Rodolfo Cançado, médico hematologista e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Atacar a razão do problema e não exclusivamente os sintomas, é o mais importante para eliminar o problema de vez, segundo o especialista.

Comer bem, viver bem
Uma das maneiras de tratar a anemia clássica é cuidando da alimentação. Mariana del Bosco, nutricionista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), explica quais alimentos devem ser priorizados na dieta de alguém que apresenta o diagnóstico.

“Para tratar o problema por meio da alimentação, o grupo nutricional mais indicado é o das carnes. A carne vermelha, assim como o frango, são fontes primárias de ferro, e garantem uma grande absorção do nutriente pelo organismo”, diz Mariana.

Outros alimentos como grãos e leguminosas – feijão, ervilha e soja, por exemplo – também contam com bons índices de ferro e devem constar no cardápio. E, se forem associados à vitamina C, presente em frutas como laranja, abacaxi e limão, garantem uma absorção mais rápida do ferro pelo organismo.

As verduras de cor verde escura, como rúcula, agrião e espinafre também devem fazer parte da dieta, já que são fontes de ácido fólico.

E a corrida, onde é que entra?
De acordo com Rodolfo Cançado, não há registros de que o esporte cure a anemia ou seus sintomas. Mas está comprovado que as pessoas bem condicionadas e que praticam atividade física sofrem menos com o problema e se recuperam muito mais rápido. “Quem leva uma vida saudável e ativa sente menos os efeitos da anemia, vive melhor e sofre menos a curto prazo”, diz Rodolfo Cançado.

E, quando a sensação é mais amena, o progresso do tratamento também acontece de maneira mais fácil. “Identificar as causas da doença é o primeiro passo para a recuperação. Daí em diante, o trabalho alimentar aliado ao trabalho médico levará o paciente de volta aos esportes em menor tempo, principalmente se este indivíduo já apresentar um quadro físico saudável”, garante o hematologista.