<span style= Desde a Antiguidade o uso tópico do gelo ou calor no local de uma lesão dos músculos, tendões ou articulações, tem sido um coadjuvante no tratamento da dor. Apesar de ambos terem efeito sobre a dor, seus mecanismos de ação sobre os nossos tecidos, fluxo sanguíneo, edema e processo inflamatório são opostos, e por essa razão devemos saber como se comportam, do ponto de vista fisiológico, essas duas modalidades de terapia. Mas, antes disso, também devemos saber como ocorre o mecanismo da dor, ou seja, como se comporta nosso organismo frente a uma lesão músculo-esquelética. Em resposta a uma lesão, terminações nervosas livres especializadas, chamadas de nociceptores são ativadas, e transmitem sinais nervosos que viajam até nosso cérebro, onde a sensação de dor é reconhecida. Ao mesmo tempo, neurotransmissores iniciam um reflexo espinhal que aumenta a atividade muscular e o tônus no local da lesão, o que provoca uma contração muscular. Se persistir, essa contração poderá causar um espasmo muscular e dano tecidual em função de uma redução do fluxo sanguíneo e oxigênio local (hipóxia). A dor irá aumentar, e chamamos isso de ciclo dor-espasmo-dor. Esse ciclo deve ser interrompido para prevenir lesões crônicas e reduzir o quadro de dor. Outro tipo de terminações nervosas livres, chamadas de termoreceptores, sensíveis às mudanças de temperatura, e os proprioceptores, sensíveis às mudanças de tensão e movimento dos músculos, podem bloquear o estímulo da dor no cérebro e provocar o relaxamento muscular, redução da dor e aumento do fluxo sangüíneo. Para ativar esses receptores, podemos utilizar a aplicação de frio ou calor. A Crioterapia é definida como a aplicação de substâncias capazes de retirar calor do corpo e assim reduzir a temperatura tecidual, o fluxo sanguíneo, a utilização de oxigênio, a inflamação, o edema e o espasmo muscular. O uso do gelo pode reduzir a temperatura até uma profundidade de 2 a 4 cm, e a conseqüência é um aumento do limiar de dor, em outras palavras, o estímulo para causar dor deverá ser maior, como se houvesse uma anestesia local. O gelo tem sido utilizado para lesões musculares e ósseas agudas e após cirurgias. O efeito dependerá do método de aplicação, e várias formas são descritas, tais como: pacotes de gelo, compressas úmidas, banho de contraste (alternar uso de calor e frio), massagem com gelo e spray. Ao que parece, a utilização de massagem com gelo é mais eficaz nos casos em que o atleta precisa retornar rapidamente a atividade. Também devemos tomar alguns cuidados, como em casos de problemas circulatórios, já que o gelo reduz o fluxo sanguíneo, e em pessoas que tenham alergia ao frio. A Termoterapia é a aplicação de alguma substância que adiciona calor ao corpo, e assim aumenta a sua temperatura tecidual. Assim como a Crioterapia, esta modalidade provoca redução da dor e relaxamento muscular. Porém, seus efeitos estão associados ao aumento da temperatura tecidual, do fluxo sanguíneo, do metabolismo e aumento da flexibilidade dos tecidos conectivos. Um aumento de 1°C na temperatura tecidual é associado a um aumento de 10 a 15% no metabolismo local, e esse processo facilitará a entrada de nutrientes e oxigênio, necessários para a recuperação de uma lesão. A Terapia de Contraste é o tratamento que alterna a crioterapia e a termoterapia, e estudos demonstram que esse tipo de técnica não tem efeito sobre a temperatura dos músculos. O tratamento com apenas um tipo de agente físico é mais eficiente, quando comparado ao contraste. Características das modalidades de frio e calor: "/>Foto:  Desde a Antiguidade o uso tópico do gelo ou calor no local de uma lesão dos músculos, tendões ou articulações, tem sido um coadjuvante no tratamento da dor. Apesar de ambos terem efeito sobre a dor, seus mecanismos de ação sobre os nossos tecidos, fluxo sanguíneo, edema e processo inflamatório são opostos, e por essa razão devemos saber como se comportam, do ponto de vista fisiológico, essas duas modalidades de terapia. Mas, antes disso, também devemos saber como ocorre o mecanismo da dor, ou seja, como se comporta nosso organismo frente a uma lesão músculo-esquelética. Em resposta a uma lesão, terminações nervosas livres especializadas, chamadas de nociceptores são ativadas, e transmitem sinais nervosos que viajam até nosso cérebro, onde a sensação de dor é reconhecida. Ao mesmo tempo, neurotransmissores iniciam um reflexo espinhal que aumenta a atividade muscular e o tônus no local da lesão, o que provoca uma contração muscular. Se persistir, essa contração poderá causar um espasmo muscular e dano tecidual em função de uma redução do fluxo sanguíneo e oxigênio local (hipóxia). A dor irá aumentar, e chamamos isso de ciclo dor-espasmo-dor. Esse ciclo deve ser interrompido para prevenir lesões crônicas e reduzir o quadro de dor. Outro tipo de terminações nervosas livres, chamadas de termoreceptores, sensíveis às mudanças de temperatura, e os proprioceptores, sensíveis às mudanças de tensão e movimento dos músculos, podem bloquear o estímulo da dor no cérebro e provocar o relaxamento muscular, redução da dor e aumento do fluxo sangüíneo. Para ativar esses receptores, podemos utilizar a aplicação de frio ou calor. A Crioterapia é definida como a aplicação de substâncias capazes de retirar calor do corpo e assim reduzir a temperatura tecidual, o fluxo sanguíneo, a utilização de oxigênio, a inflamação, o edema e o espasmo muscular. O uso do gelo pode reduzir a temperatura até uma profundidade de 2 a 4 cm, e a conseqüência é um aumento do limiar de dor, em outras palavras, o estímulo para causar dor deverá ser maior, como se houvesse uma anestesia local. O gelo tem sido utilizado para lesões musculares e ósseas agudas e após cirurgias. O efeito dependerá do método de aplicação, e várias formas são descritas, tais como: pacotes de gelo, compressas úmidas, banho de contraste (alternar uso de calor e frio), massagem com gelo e spray. Ao que parece, a utilização de massagem com gelo é mais eficaz nos casos em que o atleta precisa retornar rapidamente a atividade. Também devemos tomar alguns cuidados, como em casos de problemas circulatórios, já que o gelo reduz o fluxo sanguíneo, e em pessoas que tenham alergia ao frio. A Termoterapia é a aplicação de alguma substância que adiciona calor ao corpo, e assim aumenta a sua temperatura tecidual. Assim como a Crioterapia, esta modalidade provoca redução da dor e relaxamento muscular. Porém, seus efeitos estão associados ao aumento da temperatura tecidual, do fluxo sanguíneo, do metabolismo e aumento da flexibilidade dos tecidos conectivos. Um aumento de 1°C na temperatura tecidual é associado a um aumento de 10 a 15% no metabolismo local, e esse processo facilitará a entrada de nutrientes e oxigênio, necessários para a recuperação de uma lesão. A Terapia de Contraste é o tratamento que alterna a crioterapia e a termoterapia, e estudos demonstram que esse tipo de técnica não tem efeito sobre a temperatura dos músculos. O tratamento com apenas um tipo de agente físico é mais eficiente, quando comparado ao contraste. Características das modalidades de frio e calor:

Tratamento de lesão: gelo ou calor?

Atualizado em 10 de março de 2020
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 Desde a Antiguidade o uso tópico do gelo ou calor no local de uma lesão dos músculos, tendões ou articulações, tem sido um coadjuvante no tratamento da dor. Apesar de ambos terem efeito sobre a dor, seus mecanismos de ação sobre os nossos tecidos, fluxo sanguíneo, edema e processo inflamatório são opostos, e por essa razão devemos saber como se comportam, do ponto de vista fisiológico, essas duas modalidades de terapia.

Mas, antes disso, também devemos saber como ocorre o mecanismo da dor, ou seja, como se comporta nosso organismo frente a uma lesão músculo-esquelética. Em resposta a uma lesão, terminações nervosas livres especializadas, chamadas de nociceptores são ativadas, e transmitem sinais nervosos que viajam até nosso cérebro, onde a sensação de dor é reconhecida.

Ao mesmo tempo, neurotransmissores iniciam um reflexo espinhal que aumenta a atividade muscular e o tônus no local da lesão, o que provoca uma contração muscular. Se persistir, essa contração poderá causar um espasmo muscular e dano tecidual em função de uma redução do fluxo sanguíneo e oxigênio local (hipóxia). A dor irá aumentar, e chamamos isso de ciclo dor-espasmo-dor. Esse ciclo deve ser interrompido para prevenir lesões crônicas e reduzir o quadro de dor.

Outro tipo de terminações nervosas livres, chamadas de termoreceptores, sensíveis às mudanças de temperatura, e os proprioceptores, sensíveis às mudanças de tensão e movimento dos músculos, podem bloquear o estímulo da dor no cérebro e provocar o relaxamento muscular, redução da dor e aumento do fluxo sangüíneo. Para ativar esses receptores, podemos utilizar a aplicação de frio ou calor.

A Crioterapia é definida como a aplicação de substâncias capazes de retirar calor do corpo e assim reduzir a temperatura tecidual, o fluxo sanguíneo, a utilização de oxigênio, a inflamação, o edema e o espasmo muscular. O uso do gelo pode reduzir a temperatura até uma profundidade de 2 a 4 cm, e a conseqüência é um aumento do limiar de dor, em outras palavras, o estímulo para causar dor deverá ser maior, como se houvesse uma anestesia local.

O gelo tem sido utilizado para lesões musculares e ósseas agudas e após cirurgias. O efeito dependerá do método de aplicação, e várias formas são descritas, tais como: pacotes de gelo, compressas úmidas, banho de contraste (alternar uso de calor e frio), massagem com gelo e spray. Ao que parece, a utilização de massagem com gelo é mais eficaz nos casos em que o atleta precisa retornar rapidamente a atividade. Também devemos tomar alguns cuidados, como em casos de problemas circulatórios, já que o gelo reduz o fluxo sanguíneo, e em pessoas que tenham alergia ao frio.

A Termoterapia é a aplicação de alguma substância que adiciona calor ao corpo, e assim aumenta a sua temperatura tecidual. Assim como a Crioterapia, esta modalidade provoca redução da dor e relaxamento muscular. Porém, seus efeitos estão associados ao aumento da temperatura tecidual, do fluxo sanguíneo, do metabolismo e aumento da flexibilidade dos tecidos conectivos. Um aumento de 1°C na temperatura tecidual é associado a um aumento de 10 a 15% no metabolismo local, e esse processo facilitará a entrada de nutrientes e oxigênio, necessários para a recuperação de uma lesão.

A Terapia de Contraste é o tratamento que alterna a crioterapia e a termoterapia, e estudos demonstram que esse tipo de técnica não tem efeito sobre a temperatura dos músculos. O tratamento com apenas um tipo de agente físico é mais eficiente, quando comparado ao contraste.

Características das modalidades de frio e calor: