Suspensão cancelada provisoriamente

Atualizado em 27 de outubro de 2011
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Por Fernando Bittencourt

O polêmico caso de suspeita de doping envolvendo a francesa multicampeã Jeannie Longo e seu marido Patrice Ciprelli contou com um novo capítulo nesta quarta-feira (26). O Tribunal Administrativo de Grenoble cancelou, por ora, a suspensão dada pela Federação Francesa de Ciclismo (FFC) ao marido e treinador da veterana de 52 anos, que também está sendo investigada pelo fato de que por duas vezes omitiu informações precisas sobre seu paradeiro, além de não atualizar informações pessoais preciosas para a FFC, o que dificultou a investigação de seu passaporte biológico e provocou sua ausência em dois exames antidoping.

Ciprelli, marido e treinador da atleta, foi acusado de participar de um esquema para contrabandear eritropoietina (EPO), além de outras substâncias ilegais ao consumo dos ciclistas, com o ex-ciclista norte-americano Joe Papp, que foi condenado a oito anos de suspensão, além de três anos de prisão, com direito a seis meses de prisão domiciliar. Papp teria denunciado Ciprelli de fazer parte do esquema e alegado que as substâncias teriam como consumidora final a sua mulher, 59 vezes campeã francesa.

A FFC resolveu dar uma suspensão temporária a Ciprelli, enquanto não aparece nenhuma prova concreta sobre o envolvimento do casal no crime e o Tribunal alegou ter sérias dúvidas sobre o caso, mas será obrigado a desembolsar 500 euros para bancar os gastos feitos com a investigação.

O advogado de Ciprelli, Pierre Albert, comemorou o ocorrido. “Estamos muito satisfeitos com a decisão, que foi o primeiro passo dado para que a justiça seja feita para o senhor Ciprelli e sua esposa, a senhora Longo”.

Segundo informações divulgadas por diversos meios de comunicação franceses, o caso prosseguirá sem um andamento satisfatório, por falta de informações e provas, o que impedirá a punição ao casal, mas renderá provavelmente uma suspensão temporária aos dois. Jeannie, campeã mundial e do Tour de France feminino, segue sob investigação, mas alega não ser obrigada a dar informações sobre sua vida a todo instante, além de afirmar não ser uma pessoa muito ligada à tecnologia, o que dificulta seu contato com as entidades ciclísticas responsáveis sobre o caso.