Superação ao extremo: bigbiker na Pró

Atualizado em 25 de março de 2009
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Superação não tem idade

Bem, meu caro leitor, caso você não me conheça ou não saiba da minha curta história no Mountain Bike, recomendo que leias o artigo postado aqui no ativo: Nunca é tarde para começar um esporte (http://www.ativo.com/Comunidade/Pages/Nuncaétardeparacomeçar.aspx) Nele, você ficará sabendo como eu, aos quase cinqüenta anos, fui me meter a besta e encarar sem nenhuma condição física ou técnica, uma etapa do Bigbiker na categoria Pró em 2004.

Foi uma epopéia, pois levei quase dez horas para percorrer os 100 quilômetros destinados a aqueles que têm força, resistência e técnica, que não era o meu caso, infelizmente. No entanto, o concluí aos trancos e barrancos.

2004 – Os primeiros 100 a gente nunca esquece.
Então, como você acabou de ler, as oito e meia da manhã, larguei lá em Santo Antonio do Pinhal sem nenhuma noção do que me esperava. Nas primeiras subidas, já empurrava a bike; na reta, um ou outro tombo básico, além de horas e horas de pedal pela frente, pois minha condição física na época fazia-me pedalar na metade da velocidade média dos meus concorrentes na categoria.

Lembro do meu amigo João Faria, do CAB, que devido a câimbras, teve que subir no Caminhão Vassoura, que resignado acompanhava minha cambaleante trajetória, pois este teimosamente me seguia, pois era um dos últimos competidores de toda a prova, restando atrás de mim outros oito sobreviventes daquela loucura ou odisséia, dependendo da ótica de cada um.

Claro que esse bendito caminhão acabou por seu meu companheiro em várias etapas e por vários anos.

Mas “esperto”, comprei minha primeira Scott Full Suspension e conclui as outras etapas, entrando para a história do Big como o quinto colocado na final em São Luis de Paraitinga, figurando também na quinta colocação naquela temporada, fato que me encheu de esperanças para o futuro.

2006 – Momentos memoráveis!
Em 2005 é melhor esquecer, pois perdi minha mãe meia hora antes da largada e minha temporada foi cheia de intempéries. No ano de 2006 pedalei bem e obtive uma quarta colocação na primeira etapa, superando um grande amigo por duas vezes no duro percurso, sendo que na segunda vez, mandei meu batimento cardíaco às alturas, pois ultrapassei a marca dos 185 batimentos por minuto, mas garanti o quarto no pódio a dois minutos do meu camarada, levando-me a umas das maiores emoções sentidas nesses anos todos. Minha foto estampada neste artigo reflete bem meu êxtase naquele memorável dia.

Nos dois anos seguintes, pressionado pelos números intensos de aulas de espanhol, migrei para a categoria Sport não obtendo nenhum resultado expressivo, apesar de ter curtido a alegria de participar da melhor maratona que se tem notícia.

2009 – A vontade de superar outros limites
Como dono moral do Caminhão Vassoura, apesar de não tem subido nenhuma vez no danado, volto para ficar. Mas com a glória de ser perseguido por ele estes anos todos, a ponto de conhecer o condutor, além dos motoristas, médicos e enfermeiras das ambulâncias presentes no longo percurso, característica deste tipo de competição.

La garantia soy yo!
Como a crise bateu à porta de todos, vou encarar este ano a falta de apoio para a aquisição de uniforme, acessórios, inscrições, etecetera e tal, com o lema da própria maratona: Superar os limites.

Além do mais, a cidade de Itanhandu – MG é a que melhor recebe os competidores. Toda a rede hoteleira aceita com carinho os competidores e respeitam as magrelas como jóia rara.

A população participa ativamente da prova, saudando efusivamente os bikers na largada, na chegada e, principalmente, durante o percurso, levando ânimo ao mais lentos como eu.

Os órgãos públicos desta agradável cidade fazem de tudo para que todos se sintam bem, a ponto de presentearem aos três melhores de cada categoria com uma cesta de vime cheia de produtos da região.
Como faltar, então, a uma festa dessa ordem?

O Big é o Bigbiker oras!
O Bigbiker além de ser uma competição estilo maratona, que serve de referência para todas as outras competições de MTB, tem a preferência integral dos bikers paulistas, por uma série de razões. Entre tantas, destaco algumas:

• Melhor custo benefício, pois pelo preço da inscrição você pedala até ficar extasiado, já que pelo menos 2.000 metros de subidas são reservadas às feras das categorias Pró. É um tal de sobe e descer que não acaba mais.
• Nem as etapas válidas para Pan-americano ou Olimpíadas espantam os competidores, dado que a cada etapa, oitocentos ou mais competidores fazem questão de participar do desafio.
• Os horários, regulamento e a programação é sempre cumprido à risca.
• Água para todos. Não me lembro uma única vez de testemunhar falta de água no percurso. A Organização trata de disponibilizar quantidade suficiente para enfrentar qualquer onda de calor ou excesso de sede dos centenas de destemidos competidores.
• Operação “Trilha Limpa”. Iniciativa pioneira, que até distribuiu uma sacolinha ecologicamente correta aos competidores num dos anos, apesar da ainda falta de senso de civilidade de uma boa parte dos ciclistas inscritos.
• A Equipe de Apoio do Big em Itanhandu, que dá um show de simpatia e generosidade para com todos competidores, sem exceção.

Em fim, por estas e outras razões, que você certamente deve ter, Itanhandu fez por merecer ter a honra de nos receber para a primeira etapa. Então, se você perdeu o prazo para a inscrição sem desconto, trate de levantar mais uns reais e esteja presente para esse momento histórico.

Estou certo, que faça chuva ou faça sol, teremos momentos inesquecíveis de força, garra e superação, até porque, terminar o Big na Pró já é superar-se, isso sem contar com a emoção de passar um dia fantástico com tantas pessoas de ATITUDE.

É Isso aí. Vemos-nos neste próximo domingo.
Até lá!