Sturla e Keller vencem Ironman em Floripa

Atualizado em 26 de maio de 2008
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Por Bruno Romano, de Florianópolis
Foto Carlos Rocha

Não há quem cruze a linha de chegada inteiro. Nem mesmo os profissionais. Essa parece ser a máxima do Ironman Brasil, prova composta de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida seguidos, que teve a etapa nacional deste ano disputada neste domingo, dia 25 de maio, em Florianópolis, Santa Catarina. A regra, porém, como todas, teve sua exceção no ano passado, quando o argentino Oscar Galindez se tornou tricampeão da prova – ainda o maior vencedor até hoje – e parecia pronto para outra depois da chegada.

Já esse ano, Galindez abandonou no início da corrida. Assim, abriu espaço para outros fortes concorrentes: seu conterrâneo Eduardo Sturla, o alemão Olaf Sabatschus e o francês Benjamim Sanson – que liderou toda a natação e o ciclismo. Mas a dura prova de Floripa beneficiou aqueles que já conheciam seus atalhos. Sturla passou Sanson na corrida e acabou em primeiro (8h28min24s), repetindo o resultado de 2001, na primeira edição do Ironman em Florianópolis.

“Essa vitória significa que é possível vencer sempre, que é preciso acreditar”, disse Sturla após a chegada. O argentino, que afirmou sentir falta da valorização dos triatletas em seu país, ainda explicou a preferência pela prova brasileira: “Tenho muitos amigos aqui, tem a torcida e minha namorada [carioca que mora com o triatleta em Buenos Aires]. O clima é muito bom. Gosto muito dos brasileiros, pois são alegres. Uma dose de alegria brasileira é sempre bom”.

O alemão Olaf retornou a prova da qual é bicampeão justamente atrás dessa dose de alegria brasileira, e acabou em segundo (8h38min56s). Contente com o resultado, ele comemorou com a torcida, que este ano marcou presença maciça desde a largada até a linha de chegada, passando por momentos chave do ciclismo e corrida.

“Esse público é maravilhoso, me jogou pra frente. Só tenho a agradecer. Para nós brasileiros essa prova é um privilégio, e essa ajuda conta muito”, afirmou Ivan Albano, que chegou entre os dez primeiros na elite. Já na quinta colocação, chegou o melhor brasileiro do dia, Raul Furtado. “Acho que meu ciclismo foi muito bom hoje e isso fez a diferença”, afirmou.

“Foi melhor do que o esperado. Vim bem forte pra prova, mas ser o melhor brasileiro, sinceramente não esperava. Estou muito feliz”, completou ele, que atualmente treina por conta própria em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Também do Rio de Janeiro veio a campeã no feminino, Fernanda Keller, que com a posição poderá manter a escrita de estar presente há 21 anos (agora 22) seguidos no mundial de Ironman no Havaí. “Pra mim foi especial por vários motivos, mas principalmente porque estou comemorando 25 anos de carreira”, afirmou.

“Independentemente de quem vem para prova, você tem que entrar forte. Minha estratégia foi ‘socar o pau’”, completou Keller. A experiente triatleta saiu atrás da natação e só foi alcançar a americana Hillary Biscay (que acabou em segundo) depois da segunda transição. “Na bicicleta, nunca deixei de acreditar, mesmo saindo 11 minutos atrás da água”, lembrou. Vale dizer que grande parte do ciclismo foi liderado por Carla Moreno, que participou de seu segundo Ironman na carreira. Depois de sentir com o forte ritmo imposto por ela mesmo, tanto na natação quanto na bike, Moreno desistiu da disputa, e deixou com Keller a chance de colocar o Brasil no alto do pódio. Com calma e competência, ela o fez.

Resultados:
Elite Masculino:

1º Eduardo Sturla – Argentina – 8h28min24s
2º Olaf Sabastschus – Alemanha – 8h38min56s
3º Benjamim Sanson – França – 8h41min32s

Elite Feminino:
1ª Fernanda Keller – Brasil – 9h42min49s
2ª Hillary Biscay – Estados Unidos – 9h56min07s
3ª Ladislava Cisarovska – República Checa – 10h06min09s