Simões chega na Argentina

Atualizado em 09 de maio de 2006
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O brasileiro já está na Argentina, mas relata mais um pouco sobre o Paraguai. Confira!

Na última vez que escrevi aqui, estava ainda no Paraguai. Agora já estou um pouco mais longe, na Argentina para ser mais preciso. Nas duas semanas que passaram eu percorri o Paraguai, de Ciudad del Este até Assunção. Foram quase 400 quilômetros de muita pobreza, miséria, espanhol e guarani (essas últimas as línguas oficiais do Paraguai).

Este nosso vizinho, tão conhecido pelos seus produtos isentos de impostos e muitas vezes falsos, que foram a festa dos brasileiros na década de 80 e 90, não é somente isso. Por trás de Ciudade del Este há todo um país, cuja situação é precária. Há muita pobreza e miséria, o que gera um contraste muito grande com o Brasil, que é muito desigual, mas não pobre.

As cidades por onde passei mal tinham asfalto, tendo suas ruas em pedra ou ainda terra batida O único asfalto que havia era o da pista que muitas das vezes cortava a cidade e servia como rua para os habitantes das redondezas. Apesar da pobreza, o povo paraguaio é muito simpático e amigo, de uma forma que você pode deixar suas coisas em algum lugar sem se preocupar em ser roubado.

Para os cicloturistas de plantão já digo que não há muitas vantagens em pedalar por aqui, exceto pelo câmbio do guarani, que é muito baixo. Você pode pagar uma pousada no interior do país com 15.000 Guaranis, o que equivale à R$ 6,00. Tudo no Paraguai é muito barato. Porém, não há muitos lugares para gastar.

Um problema que encontrei por aqui, está na pista, são as pequenas lombadas que impregnam todo o acostamento. Elas dificultam a pedalada em alguns trechos, pois de um lado há apenas mato e do outro caminhões passando. Assim, você tem que encarar os morrinhos, que para quem está sem bagagem pode até ser uma diversão, mas para quem está carregado é um problema.

Se você está decidido a passar por aqui, traga peças extras e coisas do gênero, pois não há bicicletarias especializadas por estes lados, o que impossibilita a troca de peças e até mesmo de uma câmara de bico fino, que não existe por aqui.

Agora, já estou numa cidade chamada Resistencia, no norte da Argentina, na Provincia del Chaco. Faz um pouco de frio, mas não de matar pingüim. O clima é parecido com o do Brasil, só que aqui venta um pouco mais, o que dá uma sensação de mais frio, especialmente durante a noite. Daqui sigo rumo a Provincia de Salta e Jujuy, para duas semanas depois chegar em San Salvador de Jujuy, que fica na beira do esperado Deserto do Atacama.
Buen Viaje!! Logo eu volto para falar um pouco mais da Argentina.

Grande abraço!

Arthur Simões Cardoso Neto, 24 anos, é formado em direito, professor de yoga, ciclista e esportista convicto. Ele realiza o Pedal na Estrada viajando por 30 países sobre um bicicleta, com o patrocínio da Bristol-Myers Squibb e o apoio de Fuji Bikes, Dennova e Base64.