Será que é possível?

Atualizado em 21 de agosto de 2009
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Por Cesar Candido dos Santos

O Campeonato Mundial de Atletismo chega a seus momentos finais e até agora nenhum atleta conseguiu trazer uma medalha para o Brasil. Neste sábado (22), será realizada em Berlim uma das provas mais tradicionais da competição, a maratona masculina, e Marilson Gomes dos Santos, José Teles de Sousa e Adriano Bastos serão os representantes do País na disputa.

O percurso rápido da capital alemã não é favorável para os brasileiros, e nenhum deles é apontado como favorito para conquistar um lugar no pódio. Porém, Marilson é um dos atletas mais experientes e vitoriosos que estarão na linha de largada dos 42 km, e pode conquistar um bom resultado caso o ritmo da competição não seja tão forte.

Dos 102 atletas que participarão da maratona, apenas 20 possuem marcas melhores que a do bicampeão de Nova York, que é de 2h08min30, cravados no ano de 2007, em Londres. Mas o previsto é que ele melhore seu recorde pessoal em Berlim para algo próximo de 2h06min.

Abaixo, confira os principais adversários de Marilson no Mundial, com os tempos e as expectativas de cada um na prova.

O favorito
O marroquino Jaouad Gharib é sem dúvida nenhuma o principal homem a ser marcado na competição. Dono da segunda melhor marca entre todos os participantes, com 2h05min27s, o corredor foi campeão mundial em Paris-2003 e Helsinki-2005 e conquistou a medalha de prata na Olimpíada de Pequim.

A ameaça
Com o tempo de 2h05min20s, o etíope Tsegay Kebede é o atleta mais rápido que estará na Alemanha, e um dos maiores adversários de Gharib. Os dois travaram um belo duelo nos Jogos de Pequim, quando Kebede entrou se “arrastando” no Estádio Ninho do Pássaro e foi ultrapassado pelo marroquino nos metros finais. O etíope, que acabou com a medalha de bronze, não esconde a vontade de dar o “troco” em seu rival.

O Quênia é sempre o Quênia
Apesar de Samuel Wanjiru e Duncan Kibet, os dois quenianos mais rápidos da história, terem desistido de participar do Mundial, os atletas do país africano nunca podem ser descartados da luta pela medalha de ouro. Mesmo sem um título expressivo em suas carreiras, Abel Kirui (2h05min45s), Emmanuel Kipchirchir (2h06min15s), Daniel Rono (2h06min85s) e Benjamin Kiptoo (2h07min17s) possuem como principal característica a velocidade. Eles terão como companheiro de equipe o experiente Robert Cheruiyot (2h07min14s). O tetracampeão de Boston é acostumado com percursos mais duros, mas pode surpreender caso a prova tenha um ritmo lento no início.

O versátil
Embalado pelo título da Maratona de Boston este ano e o quarto lugar nos Jogos de Pequim, o etíope Deriba Merga (2h06min38s) já mostrou ser capaz de se adaptar a provas rápidas e também se sair bem em disputas que exigem mais dos atletas. Isto o credencia como um dos mais fortes candidatos ao pódio em Berlim, independente da forma que a prova caminhe.

Por um lugar ao sol
Apesar de possuir a terceira melhor marca pessoal entre os atletas que estarão no Mundial, o marroquino Abderrahim Goumrim (2h05min30s) nunca conseguiu vencer uma maratona de expressão em sua carreira. No ano passado, ele foi o segundo colocado em Nova York, prova vencida por Marilson.

Além dele, outros corredores que chegam à Alemanha com boas marcas mas nunca tiveram o sabor de subir no degrau mais alto do pódio são o marroquino Rachid Kiris (2h06min46s) e o etíope Tsegay Yemane (2h06min30s).

As zebras
Mesmo com marcas melhores que Marilson, alguns atletas dificilmente devem preocupar o brasileiro ou os favoritos ao ouro. Neste grupo, encaixam-se o francês Driss El Himer, que apesar da marca de 2h06min46s e o título de Roterdã em 2001 está com 35 anos e terminou a Maratona de Paris este ano em 2h16min39s, o espanhol José Manuel Martinez (2h08min09s), que participou de todos Mundiais desde 1999, o eritreu Yonas Kifle (2h07min34s), o japonês Atsushi Sato (2h07min13s), o etíope Dejene Yirdawe (2h08min30s) e o qatare Hassan Mubalak (2h07min19s). Porém, em um Campeonato no qual grandes estrelas como a russa Ylena Isinbayeva, do salto com vara, e o português Nelson Évora, do salto em distância, definharam, nunca se pode subestimar as zebras.