Sacrifício britânico

Atualizado em 23 de setembro de 2011
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Por Fernando Bittencourt

Bradley Wiggins (Sky) acredita que tem chances de vencer o Tour de France de 2012, caso participe da prova. O britânico está ponderando se compensará disputar a grande volta francesa, em função da realização dos Jogos Olímpicos de 2012, que serão realizados em Londres e se preocupa com a participação de Mark Cavendish em ambas a provas, que deve ser o líder britânico na Olimpíada.

“É possível, mas muito difícil (se dar bem nessas duas provas). Sair de um Tour de France, vestir a camisa verde e tudo mais? Não sei ao certo, mas creio que Cavendish sabe da dificuldade necessária para conquistar tal feito. Há muito a se fazer até lá”, disse o campeão britânico de estrada e da Dauphiné-Liberé, em 2011.

“Os Jogos Olímpicos acontecerão cinco dias após o Tour e alguém pagará o preço por isso. Alguém como Cav iria querer vencer um estágio em Paris e depois vencer a prova Olímpica de estrada, mas provavelmente isso não ocorrerá. Algo tem que ser sacrificado e creio que seja a camisa verde, metade do Tour ou, quem sabe, a participação no Tour para que o foco nos Jogos Olímpicos seja maior”, aconselhou Wiggins, 3º colocado da Vuelta a España deste ano e vice-campeão da prova de contrarrelógio Mundial.

Caso Cavendish migre para a Sky, uma possível solução para a esquadra seria manter Wiggins como líder para o Tour de France, deixando Cavendish apenas para as Olimpíadas. “Eu posso não estar nos planos da Sky para o Tour, o que depende de Cav ir ou não ir para conquistar a camisa verde. Eu acho que posso vencer a prova, mas isto depende apenas deles e desisti de me preocupar com coisas assim”.

O atleta de 31 anos sofreu um acidente no Tour de France e fraturou a clavícula durante a primeira semana de prova, o que não foi o suficiente para desanimá-lo. “Foi um longo tempo descansando no hospital, em Chateauroux, decidindo o que eu faria no resto da temporada. Pensei comigo mesmo e fiz as contas. Faltavam 13 semanas para o Mundial e eu coloquei em minha cabeça que eu tinha tempo para me recuperar e terminar a temporada com uma medalha no peito. Retornei com muito mais do que isso e estou muito orgulhoso de como estou conduzindo as coisas, o que me deixa bastante confiante. Eu nunca acreditei que poderia vencer um Tour, mas pela primeira vez tenho esta impressão, que é uma sensação única e muito reconfortante”, concluiu Wiggins.