Riccò contra a parede

Atualizado em 11 de outubro de 2011
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Por Fernando Bittencourt

Riccardo Riccò admitiu nesta terça-feira, em uma audiência do Comitê Olímpico Italiano (Coni), que realizou uma autotransfusão sanguínea em meados de fevereiro, antes de ser hospitalizado, no entanto, alega que o fez sob prescrição médica, segundo informa a Agência ansa. O conteúdo presente em suas declarações foi enviado para Modena para ser investigado.

O polêmico ciclista poderá sofrer uma punição extremamente severa, sendo suspenso do ciclismo profissional pelo resto da vida, caso seja provado de fato que é culpado quanto ao seu caso de doping, levantado em 2011.

A confissão significaria uma reviravolta em sua situação, baseada no argumento de que a equipe médica que o tratou no hospital – quando estava internado em estado grave – mentiu ao dizer que o italiano havia aceitado a transfusão, no entanto, tudo leva a crer que o ciclista foi internado por complicação ao tentar realizar a transfusão sozinho. O caso foi enviado ao promotor de Modena, que está investigando o caso.

Riccò já havia sido banido do Tour de France em 2008, quando testou positivo pelo consumo de eritropoietina (EPO), mas foi absolvido em quatro dos 24 meses estipulados, por colaborar com a investigação. Em seu retorno, disse que estaria disposto a competir honestamente e que acreditava ser possível vencer o Giro d’Italia sem se envolver com o doping. Riccò foi contratado pela Vacansoleil-DCM, equipe da qual foi demitido logo após sair do hospital por consequência do caso da transfusão neste ano. Na época, foi divulgado que o acusado teria supostamente admitido à equipe médica que tinha armazenado uma quantidade de sangue por 25 dias em um refrigerador.

Iniciadas as investigações, o ciclista disse que iria abandonar o esporte para trabalhar como bartender, mas mudou de ideia e voltou a treinar, planejando um retorno. Após as investigações terem sido paralisadas devido a morte de um dos médicos presentes no caso, o atleta foi contratado pela equipe Meridiana-Kamen e pretendia competir a Volta da Sérvia, mas teve sua licença suspensa pelo Comitê de Defesa da Saúde Ciclística Italiana e o caso foi encaminhado para o Coni.

Riccò, supostamente cansado de ter que dar sempre as mesmas satisfações, parou de se explicar para o Coni e deixou o assunto para Fiorenzo Alessi, seu advogado, que afirma que seu cliente é sempre mal interpretado e que não pensa em se aposentar no ciclismo, fato que com certeza não ocorrerá caso seja confirmada a culpa do ciclista.