Riccò: " O Cobra está morto"

Atualizado em 12 de novembro de 2010
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Por Tadeu Matsunaga

Polêmico, o italiano Riccardo Riccò (Vacansoleil) está disposto a quebrar o estigma de “bad-boy”, que o acompanha ao longo da carreira.

“Não sou mais agressivo como eu costumava ser”, disse o italiano ao Cycling News. “Uma época os jornais publicavam mais notícias de Ivan Basso, Vincenzo Nibali e Michele Scarponi, e isso me incomodava. Hoje não mais, sou um cara muito mais tranqüilo.”

Riccò afirmou que o “Cobra” – seu apelido no pelotão – está morto. Fazendo uma alusão ao seu novo momento. “Cobra está morto. Você não acredita em mim? É verdade”

O italiano realizou dois dias de treinamento intensivo com seu novo treinador, Aldo Sassi, na cidade de Milão. Com isso, Riccò é mais um dos seletos pupilos do treinador, o qual também fazem parte Ivan Basso, Cadel Evans e Damiano Cunego.

Muitos vêem a decisão de Riccò e a ligação com Sassi como uma tentativa deliberada de recuperar a credibilidade depois de testar positivo para CERA no Tour de France de 2008. O ciclista, no entanto, diz que a parceira nada tem a ver com isso.

“Eu estou fazendo isso por mim, não por outras pessoas”, disse “Tenho grandes objetivos e Aldo pode me ajudar a alcançá-los, é simples assim. Quando tivemos nossa conversa, não falamos em momento algum do doping. Não houve necessidade. Eu sempre estive ciente disso.”

Bem recebido e ambientado na Vacansoleil, Riccardo Riccò já mira o Giro d´Italia 2011. A equipe holandesa, 12ª colocada no ranking, deve receber a licença Pro-Tour, o que inclui as três grandes voltas.

“Com base na classificação no momento, não deve haver um problema de disputarmos o Giro e o Tour”, salientou. “O percurso do Giro é muito bom – extremamente difícil para os ciclistas, é preciso ter muita resistência. Não estou dizendo que vou ganhar ou terminar no pódio, eu só quero fazer o meu melhor e divertir as pessoas. Depois do Giro, Aldo gostaria que eu fosse ao Tour, mas vamos discutir o meu programa de corrida mais para frente e tomaremos a decisão.”

Por fim, Riccardo Riccò comentou a intenção da UCI (União Ciclística Internacional) em realizar exames antidoping noturno. “Queria saber onde isso vai parar. Mas também não cabe a mim decidir. Se as autoridades levarem isso à frente teremos que aceitar.”