Retrospectiva 2010

Atualizado em 30 de dezembro de 2010
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Por Fausto Fagioli Fonseca

Com 2010 chegando ao fim é hora de relembrar os principais acontecimentos do ano no mundo da corrida, que, como de praxe, teve os africanos como protagonistas. Além das vitórias nas mais importantes corridas do mundo, os atletas do continente também quebraram importantes recordes. Confira abaixo o que foi notícia do atletismo no último ano da década.

Maiores maratonas do mundo
As World Marathon Major, circuito de maiores maratonas do mundo, tiveram largada no ano de 2010 em Boston. A 114ª edição da corrida de rua mais antiga do planeta foi realizada no dia 19 de abril e recebeu um total de 26 mil corredores. Os vitoriosos foram Robert Kiprono Cheruiyot, do Quênia, com 2h05min52s, tempo que lhe garantiu o recorde do evento, e a etíope Teyba Erkesso, com 2h26min11s.

Na Maratona de Londres, segunda do circuito do ano, a vitória na disputadíssima prova, que tinha no field atletas como Samuel Wanjiru, Emmanuel Mutai, Jouad Gharib e Abel Kirui, ficou com o etíope Tsegaye Kebede, que fez o trajeto de 42 km em 2h05min19s. A russa Liliya Shobukhova foi a primeira colocada na disputa feminina, com 2h22min00s.

Em Berlim, capital alemã, no dia 26 de setembro, foi realizada a terceira prova do circuito. Patrick Makau, do Quênia, aproveitou a ausência do tetracampeão da prova, o recordista mundial Haile Gebrselassie, e ficou com a vitória, com o tempo de 2h05min08s. Já na disputa feminina a primeira colocação ficou com a etíope Aberu Kebede, com 2h23min58s.

Chicago foi palco da quarta prova do ano no circuito, no dia 10 de outubro. O campeão foi novamente Samuel Wanjiru, que já havia conquistado a primeira colocação em 2009. O tempo do queniano campeão olímpico dos 42 km foi de 2h06min24s. Liliya Shobukhova, da Rússia, também ficou com o bicampeonato, com 2h20min25s.

A tradicional Maratona de Nova York, que neste ano chegou a sua 41ª edição, tinha um time de peso na elite: Haile Gebrselassie, Marilson Gomes dos Santos e Emanuel Mutai. A vitória, porém, ficou com um estreante em provas de 42 km: Gebre Gebremariam, da Etiópia, que concluiu o percurso em 2h08min13s. Entre as mulheres, a vencedora foi a queniana Edna Kiplagat, com a marca de 2h28min20s.

Vai e volta de Haile Gebrselassie
O mito etíope, detentor do recorde mundial da maratona, com 2h03min59s, decepcionado com seu abandono na Maratona de Nova York, no dia 7 de novembro, anunciou que se afastaria definitivamente das corridas de rua. O motivo eram as dores que sentia constantemente.

“Eu fiz um treinamento realmente muito forte para vencer esta corrida. Não funcionou. Cada vez que eu tenho um problema como este é difícil, e reclamar novamente e novamente é ruim. Vocês sabem quantas vezes eu reclamo? Antes de vir para cá eu treinei tão duro. É melhor parar por aqui”, falou logo após a prova.

Entretanto, pouco mais de uma semana depois, o ex-atleta decidiu voltar a ser atleta. Em seu twitter oficial, Gebrselassie disse: “Depois de alguns dias no interior eu pude tomar algumas decisões. Correr está no meu sangue e eu decidi continuar a competir”. A próxima prova do Imperador Etíope será a Maratona de Tóquio, no dia 27 de fevereiro.

Melhores do ano
Os corredores que somam mais pontos no WMM são considerados os melhores do ano pela Iaaf (Organização Mundial de Atletismo) e levam para casa um cheque de 500 mil dólares. A organização segue uma linha diferente da premiação, e conta, na verdade, as temporadas de 2009 e de 2010 para dar o prêmio.

Samuel Wanjiru somou 75 pontos, 10 a mais que seu principal concorrente, o etíope Tsegaye Kebede, com as duas vitórias em Chicago, em 2009 e em 2010, e com a primeira colocação na Maratona de Londres, em 2009, e ficou com o prêmio. Liliya Shobukhova somou 85 pontos com duas vitórias em Chicago e uma em Londres, neste ano, além da terceira colocação na mesma prova em 2009.

Tyson Gay supera Bolt
Depois de pouco mais de dois anos, Usain Bolt voltou a sentir o gosto da derrota em uma prova de 100m. O revés veio em agosto, na etapa de Estolcomo da Diamond League, para o norte-americano Tyson Gay, que venceu o trajeto com o terceiro melhor tempo do ano, 9s84. Gay, além de superar seu rival, levou para casa, no dia 27 de agosto, também uma alta premiação em dinheiro e um diamante, por ser o campeão da Diamond League 2010 com 16 pontos.

Ano dos recordes
O ano de 2010 já começou bem. Logo em março, o eritreu Zersenay Tadese bateu o recorde mundial dos 21 km, na Meia-maratona de Lisboa. O atleta ficou com a vitória na prova ao cravar o tempo de 58min23s, superando em 10s a marca anterior, que pertencia a Samuel Wanjiru.

Já no dia 29 de agosto, o queniano David Rudisha, com o tempo de 1min41s01, bateu o recorde mundial dos 800m. A curiosidade é que, menos de uma semana antes, o atleta já havia quebrado o recorde da distância, que durava há 13 anos, com o tempo de 1min41s09.

Os outros dois recordes importantes de 2010 vieram dos pés do queniano Leonardo Patrick Komon. No dia 26 de setembro o atleta correu uma prova de 10 km na cidade de Utrecht, na Holanda, no tempo de 26min44s e superou a marca anterior de 27min01s. Pouco menos de dois meses depois, o mesmo Patrick Komon bateu o recorde mundial dos 15 km, fazendo a distância em 41min13s.