Áreas de atrito

Atualizado em 14 de julho de 2009
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Por Cesar Candido dos Santos

“Sem dor, sem ganho”. Esta frase costuma servir de motivação para atletas profissionais e amadores em muitos momentos difíceis. Mas isto não significa que é preciso sofrer para praticar um esporte, e saber como acabar com alguns incômodos pode fazer o exercício se tornar uma atividade muito mais prazerosa.

Na corrida, é muito comum os atletas se depararem com assaduras ou bolhas causadas pelo atrito entre algumas partes do corpo ou com o vestuário. Elas podem atrapalhar o desempenho ou até mesmo obrigar o corredor a interromper uma prova.

“Uma assadura ou bolha pode se tornar algo muito desconfortável e comprometer todo um treino ou uma competição. Quem costuma sofrer com isso, precisa tomar alguns cuidados”, alerta Adriano Bastos, atleta profissional e diretor técnico da Adriano Bastos Treinamento Esportivo.

Estes incômodos costumam surgir na parte interna da coxa, na região da virilha, debaixo das axilas, entre os dedos dos pés, nos calcanhares, nos mamilos ou no pescoço, e, muitas vezes, o uso de vestimentas adequadas é o suficiente para evitá-los.

“Usar uma bermuda de lycra debaixo do calção é o caminho mais adequado para evitar assaduras na parte interna das coxas, pois o tecido mais liso minimiza o atrito. Esparadrapos entre os dedos do pé também ajudam a proteger e não ter o contato com a pele”, aconselha Bastos.

“A vestimenta apropriada ajuda a poupar o corredor de certos problemas. Uma meia justa, específica para corrida, minimiza o deslocamento do tecido e é mais difícil provocar bolhas nos calcanhares. O atleta também pode usar um esparadrapo ou band-aid nos mamilos para evitar o contato com o tecido da camiseta”, orienta Luiz Fernando Bernardi, diretor técnico da Find Yourself.

O uso de vaselina nas regiões de atrito também costuma ser uma saída adotada por muitos atletas, mas ela pode perder a sua eficiência em treinos ou provas mais longas.

“Além de ficar uma meleca, a vaselina sai com o tempo e as assaduras podem surgir do mesmo jeito”, diz Bastos. “Se atividade for mais longa, o corredor vai precisar repassar a vaselina para continuar protegido”, completa Bernardi.

Autoconhecimento
Escolher qual método utilizar para evitar bolhas e assaduras é uma escolha pessoal e, quase sempre, o corredor precisa “sofrer” com o incômodo para então preveni-lo.

“Pelo próprio histórico esportivo, a pessoa já deve ter uma atitude de prevenção, e ficar atento aos locais do corpo que precisam ser protegidos”, afirma Bernardi. “Não dá para ir ás escuras. Enrolar todo o pé com esparadrapo ou tomar um banho de vaselina. Isto pode até gerar um novo incômodo. É preciso ter sofrido com algo antes, pois geralmente é sempre no mesmo lugar que vai aparecer o problema”, diz Bastos.