Provas de revezamento

Atualizado em 31 de julho de 2009
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Por Cesar Candido dos Santos

Por mais que se treine em grupos ou participe de provas com milhares de inscritos, a corrida é, em sua essência, um esporte individual. Porém, uma forma de tornar este esporte menos “solitário” são as provas de revezamento, que crescem cada vez mais no Brasil e atraem não só aqueles que correm diariamente e buscam performance, mas também pessoas que estão apenas começando a calçar o tênis para praticar a atividade.

“Provas de revezamento costumam reunir atletas de todos os tipos. Existem as equipes que buscam desempenho e correm por uma boa classificação, e também aquele que vão sem tanta responsabilidade com o tempo, mais para participar da festa”, diz Emerson Bisan, diretor técnico da Nova Equipe Assessoria Esportiva.

Escolher bem os participantes da equipe é o primeiro passo para que tudo saia bem. Os que pensam em correr por resultados devem procurar formar um grupo com nível de treinamento parecido. Já os outros podem fazer uma mescla entre os experientes e os novatos. Além disso, o ideal é sempre ter no time pessoas de confiança, pois, se um atleta faltar no dia da prova, a estrutura do revezamento será comprometida.

“O compromisso é o mais importante. É melhor ter uma pessoa devagar na equipe que com certeza vai estar lá no dia da prova do que um atleta rápido que pode furar. Toda a equipe se programa para fazer uma distância ou cumprir determinados trechos e, se um falta, compromete todo grupo”, afirma Bisan.

Também é fundamental conversar com todos os integrantes do grupo alguns dias antes da prova, para definir quem ficará responsável pela retirada do kit e dos chips de cronometragem, como será a ordem do revezamento e combinar um ponto de encontro no local do evento também.

“Um encontro entre os membros da equipe para definir alguns detalhes é importante. Isso pode ser feito em um jantar de massas no dia antes da corrida ou em um treino para reconhecer o percurso”, aconselha o treinador da Nova Equipe.

A ordem
O percurso da corrida costuma ter papel fundamental na hora de definir a sequência do revezamento. Se a prova for realizada em trechos iguais, o mais indicado é que os atletas menos experientes sejam os primeiros a correr, pois, se eles ficarem para o final, podem ter mais dificuldades com o aumento da temperatura. Já em disputas que possuem trechos com altimetria e percursos diferentes, o mais indicado é cada corredor optar pela parte mais adequada ao seu nível técnico.

“A ordem do revezamento depende muito da prova. Se é uma corrida com um número muito grande de participantes e um ponto de troca confuso, é melhor os atletas mais experientes saírem primeiro, pois eles estão mais acostumados com o tumulto da largada e tudo mais”, explica Alexandre Salício, diretor técnico da Cronos Assessoria Esportiva. “Nas provas mais tranquilas, os experientes podem ficar para a parte final, para os mais novos não sofrerem com o calor ou a ansiedade da espera”, completa Salício.

Na hora do revezamento, é recomendado que a próxima pessoa a correr vá para o local da troca com certa antecedência, e, ao ver seu companheiro de equipe, faça algum sinal para que ele também o veja. Assim, a mudança será mais rápida.

“Dependendo do perfil da prova ou do atleta, é recomendado chegar uns 20 ou 30 minutos antes ao local de troca. Sempre recomendo aos atletas ficaram nas extremidades do ponto de troca (no começo ou no fim), para evitarem o tumulto”, diz Salício. “Se o atleta que está correndo não encontrar seu companheiro, o melhor que tem a fazer é parar e levantar o braço. É pior se ele ficar procurando a outra pessoa, pois pode haver um desencontro”, completa o treinador da Cronos.