Por Odara Gallo

Aquele cheirinho de protetor solar parece nos remeter direto à areia da praia. É inevitável fazer essa associação, já que é durante as férias de verão que costumamos nos preocupar mais com a fotoproteção. É claro que todo corredor bem informado sabe que não basta utilizar o produto apenas quando vai à praia. O protetor solar deve fazer parte da rotina de todo atleta que treina ao ar livre. Mas será que os cremes são usados de maneira correta? E será que eles são suficientes para proteger a pele dos efeitos do sol? O dermatologista Marcus Maia explica que é comum as pessoas associarem a fotoproteção aos cremes que prometem proteger do sol por muitas horas, mas que na verdade vai muito além disso. “É preciso que as pessoas entendam que passar o protetor solar é apenas um dos cuidados na hora de se expor ao sol.

A fotoproteção é mais do que isso, ela consiste em uma série de condutas que se precisa ter”, afirma. Entre elas estão: evitar horários críticos, ou seja, quando o sol estiver muito forte; ficar na sombra o maior tempo possível e usar boné, chapéu e roupas leves. A quantidade que se deve aplicar do produto também gera dúvida. Apenas um pouquinho basta ou é preciso ficar todinho branco para se proteger? De acordo com o dermatologista uma pessoa com cerca de 70 kg deve passar 40g – ou ml – de protetor solar meia hora antes da exposição, ou seja, um terço da embalagem de tamanho pequeno. “A maioria não sabe que essa é a quantidade correta. Em média, as pessoas aplicam 10 g, que é 25% do ideal”, falou o dr. Marcus Maia. O médico alerta ainda que é comum que os usuários esqueçam de passar o creme na região dos olhos, em áreas próximas aos cabelos, no pescoço, nas orelhas e nos lábios.

Fator ideal

Para saber o fator de proteção a ser utilizado, existe uma fórmula simples: o usuário precisa saber a quantidade de tempo necessária de exposição ao sol sem proteção para a pele começar a ficar avermelhada. Então, deve-se multiplicar esse tempo pelo fator do protetor solar para saber durante quanto tempo ele estará protegido. Por exemplo: se depois de 10 minutos de sol a sua pele começa a ficar avermelhada, um filtro solar de fator 2 protegerá por 20 minutos e, depois disso, a pele volta a ruborizar. Com um fator 30 são 300 minutos. Vale ressaltar que a proteção indicada pelas marcas de protetor solar é válida apenas em condições ideais e o creme deve ser reaplicado de duas em duas horas. No caso de suor excessivo ou banho de mar, a reaplicação deve ser imediata.

Terra do sol

Gerardo Albuquerque, 35, sabe que não pode brincar com o sol, principalmente em Fortaleza, onde mora. A cidade fica bem próxima à linha do equador e o calor e a incidência de raios ultravioleta são ainda mais intensos. Por isso, ele seguiu a orientação de seu treinador e consultou um dermatologista para tomar os devidos cuidados. “Como treino entre 8h e 9h, uso um protetor solar que é feito por manipulação, com um fator bem mais alto do que os comuns. Faço a aplicação no corpo inteiro e não apenas nas partes que ficam expostas”, falou.

O corredor contou ainda que sempre usa boné e óculos escuros, além de roupas claras – para não reter o calor – e feitas em tecido tecnológico. “Tomo esses cuidados não apenas nos treinos. Não saio de casa sem protetor solar, mas o que eu uso no dia-a-dia é mais leve do que o do treino, que chega a ter fator de proteção 70 e 80”, disse.