"Preciso voltar a competir"

Atualizado em 16 de maio de 2009
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Por Cesar Candido dos Santos

Fora das competições desde o dia 2 de novembro, quando conquistou o bicampeonato da Maratona de Nova York, o brasileiro Marilson Gomes dos Santos começa a ficar incomodado por passar tanto tempo sem se alinhar para a largada de uma prova. A estreia do maratonista na temporada 2009 estava prevista para acontecer neste sábado, dia 16 de maio, na Healthy Kidney 10k, em Nova York, mas seu passaporte demorou a ser entregue pelo correio e ele não pode viajar.

“A prova seria uma avaliação para eu saber como está meu preparo físico, pois sofri uma lesão após a Maratona de Nova York e não participo de uma corrida desde novembro. Lamento o fato de não ter conseguido viajar, pois preciso voltar a competir. Vou conversar com o Adauto e ver qual competição se encaixa no meu programa de treinos”, disse o fundista, referindo-se ao seu treinador Adauto Domingues.

Após a segunda vitória em Nova York, o foco de Marilson agora será participar de maratonas mais rápidas, com o intuito de melhorar seu recorde pessoal nos 42 km. O primeiro desafio do atleta para tentar alcançar este objetivo deve ser o Mundial de Atletismo, que será realizado em Berlim, no mês de agosto.

“Pelo desempenho que ele teve nos primeiros 21 km de Nova York (1h02min), sabemos que é possível o Marilson correr os 42 km em 2h06min. Com a lesão, desistimos de Boston e Londres, que favorecem boas marcas, e agora estamos trabalhando para o Mundial”, explicou Adauto Domingues, que acredita que o brasileiro tem até chances de lutar contra os velozes quenianos por um lugar no pódio da competição alemã.

“A ideia é fazer o Mundial para buscar uma boa marca, sem se preocupar com a classificação. Mas o Marílson aprendeu a correr contra atletas rápidos, se estiver ali no grupo da frente após dois terços da prova, pode lutar por uma medalha”, disse o treinador.

Nova York pode entrar no calendário
Adauto também não descarta a possibilidade de Marilson participar de duas maratonas no próximo semestre, algo incomum para um atleta de elite, o que permitiria ao brasileiro defender o título em Nova York.

“Geralmente, um atleta participa de uma maratona em cada semestre. Como ele ainda não correu nenhuma até agora, pode fazer duas na segunda metade do ano. Não seria nada de incomum, pois teríamos dois meses de recuperação entre uma prova e outro”, afirmou o treinador. “Mas tudo vai depender de como o Marilson vai terminar o Mundial. Só depois vamos saber se ele terá condições de disputar outra maratona este ano”, completou.

“A Maratona de Nova York é especial e a vontade de voltar é muito grande. Mas precisamos avaliar bem o calendário”, declarou Marilson.