<font face=Todos que já assistiram provas de ciclismo na televisão percebem que a velocidade da pedalada dos ciclistas profissionais é elevada comparada a indivíduos não atletas. Quem é ciclista sente isso na pele. A ciência vem tentando explicar este fenômeno desde a década de 20, evidenciando algumas conclusões interessantes.

Nossos músculos, de forma genérica, apresentam uma capacidade de produção de força que é afetada pela velocidade de contração. Esta relação de força e velocidade pode ser alterada com o treinamento e é diferente entre os músculos. No caso do ciclismo, as altas cadências estão relacionadas com a produção de força por pedalada, sendo que a magnitude de força diminui com o aumento da cadência e vice-versa.

Um aspecto interessante que se observou nos estudos é que a adoção de diferentes cadências afeta de maneiras específicas o custo energético, mensurado pela quantidade de oxigênio consumido. As maiores cadências, apesar de preferidas pelos atletas, apresentam maior custo energético do que as cadências mais baixas. Dessa forma, as cadências mais altas estão relacionadas a uma redução na eficiência muscular, pois acarretam maior gasto energético que uma cadência mais baixa, para uma mesma carga de trabalho.

Outra maneira de mensurar as implicações de diferentes cadências é a análise da sobrecarga muscular. Esta é estimada por duas técnicas, uma que verifica a ativação da musculatura, e outra que estima a sobrecarga articular.

Os resultados apresentados nos estudos científicos se contradizem quanto à ativação muscular, mas indicam que a sobrecarga articular é menor na cadência preferida. A concepção de sobrecarga articular se baseia no fato de que a força muscular é a que mais contribui para a sobrecarga sobre as articulações, comparadas aos ligamentos e demais estruturas articulares.

Mesmo com estas evidências de que a cadência preferida aumenta o custo metabólico reduzindo sobrecarga muscular, estudos das adaptações a diferentes cadências ainda se fazem necessários. A escolha da cadência preferida na iniciação ao ciclismo ainda é feita de forma empírica. A aplicação de treinamentos visando adaptação do ciclista a altas velocidades de giro ainda não foi cientificamente estudada. Por isso a escolha da cadência de pedalada ainda requer uma série de cuidados, visto que esta pode afetar significativamente o desempenho do ciclista.
"/>Foto: Todos que já assistiram provas de ciclismo na televisão percebem que a velocidade da pedalada dos ciclistas profissionais é elevada comparada a indivíduos não atletas. Quem é ciclista sente isso na pele. A ciência vem tentando explicar este fenômeno desde a década de 20, evidenciando algumas conclusões interessantes.

Nossos músculos, de forma genérica, apresentam uma capacidade de produção de força que é afetada pela velocidade de contração. Esta relação de força e velocidade pode ser alterada com o treinamento e é diferente entre os músculos. No caso do ciclismo, as altas cadências estão relacionadas com a produção de força por pedalada, sendo que a magnitude de força diminui com o aumento da cadência e vice-versa.

Um aspecto interessante que se observou nos estudos é que a adoção de diferentes cadências afeta de maneiras específicas o custo energético, mensurado pela quantidade de oxigênio consumido. As maiores cadências, apesar de preferidas pelos atletas, apresentam maior custo energético do que as cadências mais baixas. Dessa forma, as cadências mais altas estão relacionadas a uma redução na eficiência muscular, pois acarretam maior gasto energético que uma cadência mais baixa, para uma mesma carga de trabalho.

Outra maneira de mensurar as implicações de diferentes cadências é a análise da sobrecarga muscular. Esta é estimada por duas técnicas, uma que verifica a ativação da musculatura, e outra que estima a sobrecarga articular.

Os resultados apresentados nos estudos científicos se contradizem quanto à ativação muscular, mas indicam que a sobrecarga articular é menor na cadência preferida. A concepção de sobrecarga articular se baseia no fato de que a força muscular é a que mais contribui para a sobrecarga sobre as articulações, comparadas aos ligamentos e demais estruturas articulares.

Mesmo com estas evidências de que a cadência preferida aumenta o custo metabólico reduzindo sobrecarga muscular, estudos das adaptações a diferentes cadências ainda se fazem necessários. A escolha da cadência preferida na iniciação ao ciclismo ainda é feita de forma empírica. A aplicação de treinamentos visando adaptação do ciclista a altas velocidades de giro ainda não foi cientificamente estudada. Por isso a escolha da cadência de pedalada ainda requer uma série de cuidados, visto que esta pode afetar significativamente o desempenho do ciclista.

Por que o ciclista gira tanto?

Atualizado em 22 de março de 2008
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Todos que já assistiram provas de ciclismo na televisão percebem que a velocidade da pedalada dos ciclistas profissionais é elevada comparada a indivíduos não atletas. Quem é ciclista sente isso na pele. A ciência vem tentando explicar este fenômeno desde a década de 20, evidenciando algumas conclusões interessantes.

Nossos músculos, de forma genérica, apresentam uma capacidade de produção de força que é afetada pela velocidade de contração. Esta relação de força e velocidade pode ser alterada com o treinamento e é diferente entre os músculos. No caso do ciclismo, as altas cadências estão relacionadas com a produção de força por pedalada, sendo que a magnitude de força diminui com o aumento da cadência e vice-versa.

Um aspecto interessante que se observou nos estudos é que a adoção de diferentes cadências afeta de maneiras específicas o custo energético, mensurado pela quantidade de oxigênio consumido. As maiores cadências, apesar de preferidas pelos atletas, apresentam maior custo energético do que as cadências mais baixas. Dessa forma, as cadências mais altas estão relacionadas a uma redução na eficiência muscular, pois acarretam maior gasto energético que uma cadência mais baixa, para uma mesma carga de trabalho.

Outra maneira de mensurar as implicações de diferentes cadências é a análise da sobrecarga muscular. Esta é estimada por duas técnicas, uma que verifica a ativação da musculatura, e outra que estima a sobrecarga articular.

Os resultados apresentados nos estudos científicos se contradizem quanto à ativação muscular, mas indicam que a sobrecarga articular é menor na cadência preferida. A concepção de sobrecarga articular se baseia no fato de que a força muscular é a que mais contribui para a sobrecarga sobre as articulações, comparadas aos ligamentos e demais estruturas articulares.

Mesmo com estas evidências de que a cadência preferida aumenta o custo metabólico reduzindo sobrecarga muscular, estudos das adaptações a diferentes cadências ainda se fazem necessários. A escolha da cadência preferida na iniciação ao ciclismo ainda é feita de forma empírica. A aplicação de treinamentos visando adaptação do ciclista a altas velocidades de giro ainda não foi cientificamente estudada. Por isso a escolha da cadência de pedalada ainda requer uma série de cuidados, visto que esta pode afetar significativamente o desempenho do ciclista.