Para amenizar a transpiração

Atualizado em 19 de agosto de 2010
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Por Maurício Belfante

Logo pela manhã as pessoas já começam a seguir uma rotina diária. Tomam banho, café da manhã, escovam os dentes e realizam outras tarefas higiênicas. Uma bem comum entre elas é o uso do desodorante ou antitranspirante, que aumenta o bem-estar e a sensação de conforto e limpeza.

Não só no dia-a-dia, esses produtos higiênicos também são de extrema importância para quem realiza atividades físicas, e acabam transpirando muito mais. “A transpiração é um processo que ocorre para a manutenção do corpo. Normalmente, quando se faz uma atividade física há um aumento de temperatura, ocorre a perda de água para uma estabilização, assim mantendo a temperatura do corpo normal”, afirma Agnaldo Mirandez, dermatologista e diretor da clínica Perfetta.

Contudo, não é o ato de transpirar que causa o maior desconforto, mas sim o cheiro forte que ele acaba provocando, o que diminui a auto-estima e também certa rejeição social, quando o odor é praticamente diário, passando a incomodar outras pessoas ao redor.

“Existem bactérias que degradam o suor através da liberação de amônia, composto químico responsável pelo forte odor”, explica Mirandez. Então, neste momento, é que entram em ação os desodorantes e antitranspirantes, mas qual a diferença entre eles?

Desodorantes e antitranspirantes
Ao contrário do que muitos imaginam, há grande diferença entre os dois produtos higiênicos. Isso quer dizer que vale uma atenção maior na hora de adquiri-los, já que a opção escolhida deve ser a apropriado para o seu estilo de vida e também para como o seu corpo reage.

Responsável pela diminuição do forte odor, o desodorante controla o crescimento das bactérias que exalam o composto de amônia, não causa degradação física e suaviza o forte cheiro. “Os desodorantes usam antibacterianos, clorexedina, triclosan, compostos que tem como principal atrativo diminuir os odores causados belas bactérias”, diz Mirandez.

O antitranspirantes tem outro conceito. Intercepta diretamente a sudorese, mecanismo que elimina o suor através das glândulas sudoríparas. Sendo assim, o produto acaba fazendo com que o corpo não produza uma quantidade grande de suor, diminuindo a sua liberação por tempo determinado.

“Além dos compostos que já estão presentes no desodorante, o antitranspirante também inclui em sua composição óxido de alumínio ou ozirconio, substâncias capazes de anular a liberação do suor em grandes quantidades”, afirma Mirandez.

Durante a prática da corrida, ou de qualquer outra atividade física, os dois produtos são recomendados e podem exercer os seus papéis, porém, o antitranspirante pode gerar outro problema, conhecido como foliculite, infecção bacteriana que gera pequenas “bolinhas de pus”, comum ao fazer barba ou após a raspagem de outros pelos no corpo.

Esses produtos podem ser encontrados em farmácias e supermercados, em diferentes formas, como spray e aerosol, mais indicados para os homens, e rolon e creme, produtos que atendem melhor as necessidades femininas.

Hiperidrose
A hiperidrose é o suor excessivo em várias partes do corpo, como axilas, virilha, pescoço e mãos, causada por uma disfunção do nervo simpático. Essa transpiração pode ocorrer várias vezes ao dia, tanto sob clima quente quanto frio.

“Pessoas com hiperidrose devem usar desodorantes mais fortes para reduzir a transpiração excessiva nas axilas e virilha ou pode optar por produtos manipulados, que tenham maior concentração de sal, o que pode aumentar a irritação da pele”, afirma Fernando Bezerra, dermatologista especializado em cosmiatria e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

Outras opções para diminuir a sudorese são aplicações de injeção da substância Toxina Botulínica, que reduz a transpiração de 60% a 90%. O especialista Fernando recomenda a avaliação de um médico para que o paciente tenha mais orientações sobre os tratamentos e até cirurgias que podem reduzir consideravelmente o suor excessivo. “Pela relação custo/ benefício, indicamos a cirurgia de retirado do gânglio, na coluna cervical, ou sessões de ondas eletromagnéticas, que despolarizam as células e diminuem a concentração sudorípara”, conclui.