Os 21 km clássicos de Chicago

Atualizado em 11 de agosto de 2008
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Por Fernanda Di Sciascio, de Chicago
Foto: Divulgação runphotos.com

A Cidade dos Ventos, como Chicago é conhecida e lembrada pelos maratonistas, é muito diferente no verão. Temperaturas por volta de 26ºC, brisas agradáveis que vêm do Lago Michigan – um dos cartões-postais da cidade – e muitas pessoas indo-e-vindo por uma das mais urbanizadas orlas do mundo são alguns dos cenários nos meses de julho e agosto.

No dia 10 de agosto não foi diferente. Às 5h30 o sol começava a nascer e centenas de corredores eram vistos caminhando em direção à esquina Columbus x Balboa, praticamente à margem do lago, é o início da meia-maratona. Na arena, havia algumas tendas de assessorias esportivas da cidade, como a Chicago Endurance Sports, e outras de causas filantrópicas, como a que a corredora Juliann Vinvurn, 26, educadora religiosa, representava.

“Vim correr a meia-maratona de Chicago incentivada pela igreja em que trabalho, que trouxe um grande grupo de corredores em prol da igualdade social na África. Vim, estreei a distancia dos 21 km e adorei a experiência. Senti que posso ir além, o percurso é lindo e toda a organização impecável.”

Chip diferente e largada em ondas
A organização estabeleceu duas mudanças para a edição de 2008. Uma foi o chip, bem diferente dos utilizados nas provas nacionais e internacionais. Descartável e de plástico flexível, o chip vinha colado ao numero de peito e deveria ser fixado no cadarço do tênis com o número voltado para cima.

A outra mudança foi a largada em ondas, baseada no ritmo dos corredores, que se alinharam de acordo com as expectativas para conclusão. A cada dois minutos soava a sirene e, então, mais um grupo de corredores começava a correr, incentivados pelo narrador e pela torcida que se agrupava ao lado da linha de largada. Marcadores de ritmo também auxiliaram os atletas a manter a cadência planejada. Quem faria no tempo 2h15min ou mais alto tinha a opção de ir com um pacer que intercalava pequenas caminhadas na corrida, para que os corredores menos preparados pudessem recuperar o fôlego.

E a arquitetura?
Um dos pontos questionados por alguns corredores foi o trajeto fora da cidade. A largada foi em direção ao lado norte da cidade, a corrida passou por importantes e interessantes pontos turísticos, como o Field Museum, o aquário, o Mmuseu da Indústria e da Ciência e um estádio, mas o trajeto foi quase todo pela Rodovia 55, e pela orla do Lago Michigan. Assim, a arquitetura de Chicago, um dos pontos fortes da cidade, teve de ser admirada à distância.

Cristina Klinack, 31, terapeuta ocupacional, foi uma das corredoras que integraram o coro: “A corrida é ótima, mas preferiria que o trajeto fosse no meio da cidade. Assim, teria mais torcida e poderíamos vivenciar mais Chicago, os prédios e a arquitetura”.

Serch Sergusa, 59, advogado aposentado e amigo de Cristina, concordou: “Provavelmente farei a corrida novamente, mas gostaria muito de correr dentro da cidade”.

Brasileiro na área
Rafael Martins da Silva, 33, analista financeiro, viajou a Chicago apenas para correr a Distance Classic. “Pretendia correr a Meia de Nova York, mas não fui sorteado. Então, encolhi esta prova com a ajuda do Guia de Maratonas e Meias Maratonas da O2. O plano é correr em 1h28min, para melhorar um pouco a marca de 1h30min que fiz na Meia de São Paulo, da Corpore, e depois fazer outra meia, como a de Lisboa ou a de Miami e conseguir o tempo de 1h27min necessários para Nova York”, contou Silva.

No entanto, como a estadia na cidade era curta – apenas 5 dias –, o analista andou bastante em city tours e sentiu o resultado na corrida. “Até a quarta milha estava indo muito bem, fiz em 26 minutos. Mas depois disso comecei a sentir fortes dores nas pernas e minha meta mudou para concluir a prova”, disse o analista, que terminou os 21 km em 1h39min04s. Ele gostou da prova, apesar de não ter aprovado o trajeto fora da cidade e também alguns trechos do percurso com curvas muito acentuadas, o que tornava necessário diminuir a velocidade.

O evento não teve também música no trajeto, mas, ao final, uma banda estava na arena ressaltando outras peças-chaves de Chicago: blues e jazz.

:: CHICAGO DISTANCE CLASSIC – EUA
Data: 10 de agosto de 2008
Horário: 6h30
Distância: 21 km
Clima: Ameno e ensolarado
Temperatura: 17,5ºC (média)
Umidade: 71% (média)
Postos de hidratação: 7 (água e bebidas esportivas)
Inscrição: US$ 55 a US$ 75 (dependendo da data)
Concluintes: 8.695 concluintes (4.016 homens e 4.679 mulheres)
Premiação: Buquê aos primeiros colocados e medalhas para todos os concluintes
Vencedores
Masculino
1º – Jose Munoz – 1h10min12s
2º – David Williams – 1h10min19s
3º – James Akita – 1h10min38s
Feminino
1ª – Erin Moffet – 1h23min09s
2ª – Amanda Domich – 1h23min12s
3ª – Alona Banai -1h23min30s