Odontologia a favor da corrida

Atualizado em 20 de setembro de 2007
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Por Juliana Saporito

Pouca gente sabe, mas tratar a saúde bucal é tão importante quanto realizar procedimentos indispensáveis para a qualidade na corrida. Assim como realizar exames clínicos periódicos, ter atenção ao trabalho muscular e manter a disciplina nutricional, cuidar bem da parte odontológica pode ser determinante na melhora de desempenho.

“A pessoa que corre leva o corpo ao limite. Isso pode favorecer o aparecimento de problemas odontológicos, causados tanto pelo impacto quanto pela carga física a que o corpo se submete”, explica Oscar Razuk, cirurgião dentista especializado em reabilitação oral e clínica geral.

De olho na tensão
Uma das causas de lesão dentária no esporte é a tensão que antecede a disputa de provas. Ela pode levar a problemas como o bruxismo, que consiste na pressão excessiva que a pessoa aplica à arcada dentária ou o mais conhecido ranger de dentes. Conseqüentemente, aparecem sintomas adicionais como as dores de cabeça, de ouvido e pescoço, além de muito desconforto.

Também é preciso atentar para o surgimento de infecções mais sérias, como a gengivite, por exemplo. Será a estas doenças que o organismo dará prioridade de melhora, deixando o desempenho físico e a performance em segundo plano, o que nenhum atleta deseja. “Para um bom rendimento no esporte é preciso estar com tudo em dia, sentir-se 100% bem”, diz Oscar Razuk. 

O caminho é prevenir
“A odontologia do esporte deve funcionar como medida preventiva. Ela é essencial para potencializar a qualidade de vida e a saúde do atleta”, lembra o odontologista. Como os corredores estão especialmente sujeitos a lesões por impacto, que vão desde a quebra e perda dos dentes até fraturas nos ossos da face, devem apostar na proteção. Também é comum machucar língua, lábios e bochechas.

“Para quem pratica corrida, uma atividade que gera impacto, utilizar uma placa protetora ajuda bastante”, diz Oscar Razuk. Estes protetores, que geralmente são confeccionados em silicone, funcionam como almofadas e distribuem a força durante o impacto, protegendo as estruturas dentais e periodontais.

Visitas periódicas ao dentista – de preferência especializado em esporte – e a realização de limpeza de tártaro a cada três meses são medidas que devem ser levadas a sério e também fazer parte da rotina.