O que fazer quando precisar dar uma pausa nos treinos?

Atualizado em 07 de julho de 2010
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É bem provável que em alguma fase de sua vida como atleta será necessário diminuir sua carga de horas semanais dedicadas aos seus treinos. Seja por um novo emprego, um investimento, um mestrado, um novo membro na família, ou qualquer outra situação em que seja prioridade em termos de tempo e energia disponível durante o dia, e como resultado seus treinos passam para o segundo plano.

Porém você ama este espote e, eventualmente, vai querer voltar a sua rotina normal (e puxada!) de treinos, e atingir a performance da época em que se didicava mais, subindo no pódio, superando próprios recordes, ou simplesmente por adorar a se sentir em forma e rápido. Mas o que você pode fazer para facilitar esse eventual retorno aos treinos após um período apenas com treinos de manutenção?

Digamos, por exemplo, que você terá 3 horas disponíveis para seus treinos. Como utilizar esse tempo da melhor maneira possível?
Primeiro é preciso identificar os cinco sistemas utilizanos no Método:
1. Força
2. Velocidade
3. Resistência (Endurance)
4. Tolerância a Lactato
5. Técnica a nível Neuromuscular 

Qual deverá ser a prioridade? Qual sistema pode ser completamente ignorado? Uma boa maneira de visualizar a perda a longo prazo em fitness é pensar do que aconteceu com você a última vez que ficou uma semana sem treinar por ter ficado doente. O que você sentiu?

Uma anologia com a contabilidade é que perda de forma física ocorre como o FIFO (first in, first out) o que vem primeiro, e é o ganho com mais facilidade, é o primeiro a sair.

• Primeiro Ganho

Quando você completa um programa de treinamento com muito volume por algumas semanas, a melhora é clara, principalmente em sua velocidade cruzeiro. É fácil perceber que você está indo mais rápido, seus batimentos estão mais baixos, e sua respiração mais controlada do que antes daquele bloco de treinamento.

• Primeira Perda:
Então você fica gripado e precisa tirar uma semana para se recuperar. O que acontece? Seus batimentos estão mais elevados do que o normal, sua respiração é mais ofegante, e dores na musculatura aparecem mesmo sendo um esforço moderado.

Isso é exatamente um bom indicador dos sistemas em que as perdas acontecem mais rapidamente em seu período de menos treinos. Endurance e tolerância a lactate são os primeiros a sentirem a falta de estímulo.

• Último Ganho:
Usando a mesma estrutura anterior, você vem treinando forte, fazendo diversos tiros curtos na pista de atletismo, na piscina, e nos pedais que mais parecem corridas com os amigos. Você continua a repetir essa estrutura por diversas semanas mas percebe que seus ganhos vem muito mais lentos nessas intensidades altas, do que os ganhos em velocidade cruzeiro.

• Última Perda:
E vamos supor que a gripe lhe pega novamente. Uma semana sem treinar. Mas quando você retorna aos treinos, você tem uma surpresa, pois treinos feitos em sua velocidade MÁXIMA (sprints!) são praticamente os mesmos que fazia antes de adoecer, e em algumas situações você será ainda mais rápido devido ao descanso muscular total! Sua técnica é boa, a velocidade é alta, mas você sente que não é possível sustentar aquele ritmo por muito tempo.

Esse exemplo ilustra a situação com força e velocidade. Sabemos que são características mais difíceis de serem melhoradas, porém, quando isso ocorre, é mais fácil sustentar esse novo nível de fitness.

Conclusão, é possível manter sua força e técnica nas 3 disciplinas com apenas um treino seminal em cada sistema. Então, quando sua rotina voltar ao normal e for possível investir mais tempo treinando, sua resistência e tolerância a lactato irão voltar de maneira muito mais fácil, não apenas pelo fato que a resposta ao treino nesses sistemas é mais fácil, mas também pelo fato que você já tem as “ferramentas básicas” de sua forma física que foram mantidas no período de manutenção.

Bons treinos!

Confira:
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